Do Ministério do Turismo
Pela primeira vez o Brasil terá uma política pública para promoção de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI). Em videoconferência realizada nesta quinta-feira (22.04), o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, convidou representantes das primeiras nove cidades – de um total de 10 – a integrarem o projeto-piloto conduzido pela Pasta.
Ao todo, duas capitais representando cada uma das cinco regiões do Brasil participarão do projeto-piloto: Rio Branco/AC e Palmas/TO (Norte); Recife/PE e Salvador/BA (Nordeste); Campo Grande/MS e Brasília/DF (Centro-Oeste); Florianópolis/SC e Curitiba/PR (Sul); e Rio de Janeiro/RJ (Sudeste).
“Vamos agora, usando a tecnologia, mudar a realidade do turismo para o turista internacional que chega no Brasil e, também, para os brasileiros. Com a pandemia, cerca de 11 milhões de brasileiros que viajavam para o exterior agora estão conhecendo o próprio país. Temos o desafio de fidelizá-los para que cada vez mais o brasileiro se orgulhe do seu país e viaje dentro dele porque temos um país maravilhoso”, destacou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.
Um Destino Turístico Inteligente vai além da implementação de meios digitais; é um destino inovador. É caracterizado por ofertar a seus visitantes produtos e experiências inovadoras e de qualidade, tendo como base a estruturação e a convergência de cinco pilares: governança; inovação; tecnologia; sustentabilidade; e acessibilidade.
As vantagens são muitas. Vão desde ampliação da competitividade dos destinos turísticos, a melhoria da eficiência dos processos de comercialização e de desenvolvimento sustentável local. Ganha os empreendedores de serviços turísticos, com ampliação da visitação, gerando economia e renda para a cidade, e o turista, que tem a sua experiência melhorada desde o momento de comprar a viagem.
O secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, William França, destacou que o ingresso no programa significa um trabalho conjunto. “Vamos, junto com os senhores, desenvolver uma metodologia brasileira, a partir de experiências da Espanha e Argentina. Como sabemos, o Brasil é um continente com várias realidades, por isso, escolhemos duas cidades em cada uma das cinco regiões para criarmos o nosso próprio formato e, em seguida, podermos aplicar em outras cidades do país”, antecipou.
Também presente na videoconferência, a diretora do Departamento de Inteligência Mercadológica e Competitiva do Turismo, Nicole Facuri, lembrou a importância da conectividade nos destinos turísticos, um dos pilares que nortearão a metodologia DTI. “Quando olhamos o cenário do Brasil em relação a competitividade mundial, nós todos sabemos que temos muito o que evoluir. Fizemos uma pesquisa no âmbito dos 158 municípios que integram o programa Investe Turismo e tivemos um diagnóstico de que 74% das rotas estratégicas do país não possuem internet púbica gratuita, o que nos torna pouco competitivos no cenário internacional. O mundo todo está conectado”, pontuou.
Em janeiro deste ano, o Ministério do Turismo firmou parceria com o instituto argentino Ciudades Del Futuro (ICF) e com a Sociedade Mercantil Estatal para a Gestão da Inovação e as Tecnologias Turísticas (SEGITTUR), da Espanha, instituições pioneiras no segmento. O objetivo é promover e estimular o desenvolvimento de Destinos Turísticos Inteligentes no Brasil, transformando cidades turísticas em destinos que possibilitem experiências inovadoras e únicas aos visitantes.
A partir do projeto-piloto, que contará com 10 cidades – a 10ª será anunciada em breve –, será possível analisar os procedimentos atuais e a implementar estratégias, considerando as especificidades regionais.
A iniciativa envolve, além do desenvolvimento de uma metodologia adaptada à realidade brasileira para o desenvolvimento de Destinos Turísticos Inteligentes, a realização de um diagnóstico situacional dos destinos que farão parte do projeto e a capacitação de gestores federais e locais.
Está previsto, ainda, o acompanhamento da implementação das soluções relacionadas à eficiência na governança; a correta utilização de recursos públicos; o respeito às normas de acessibilidade e aos princípios de sustentabilidade e, também, a utilização da tecnologia a favor da valorização dos destinos e seus patrimônios, ao mesmo tempo que atenda às demandas dos turistas e visitantes.