Em janeiro, o IBGE estimou que a produção de soja no Acre em 2021 alcance 18,878 mil toneladas, com alta de 80,9% –ou 8,5 mil toneladas -em relação a 2020, quando o Estado colheu 10,4 mil toneladas.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado no dia 11 deste mês, aponta ainda que a área a ser colhida vai ser de quase 6 mil hectares, com alta de 82% frente à área colhida em 2020, o que representa mais 2,6 mil hectares incorporados à produção.
Outras informações sobre a economia agrária do Acre podem ser encontradas no Observatório do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre pelo endereço http://observatoriodoacre.org.br.
“Na verdade vai mais que dobrar”, contrapõe o secretário de Produção e Agronegócio, Edvan Maciel. “Será 36 mil toneladas”, disse. “Em 2020, colhemos 15 mil toneladas”.
O plantio de soja está concentrado na região Leste do Acre, notadamente na região de Capixaba, onde canaviais estão sendo substituídos por grãos (soja e milho). A cana foi fortemente incentivada no âmbito da Usina Álcool Verde mas entrou em decadência com a drástica redução da produção no empreendimento que fabricava etanol.
A Embrapa fez estudo detectando 380 mil hectares propícios aos grãos, no Leste acreano, um conjunto de terras degradadas que aos poucos vem sendo reincorporado ao processo produtivo. Basicamente com milho e soja.
Neste momento, diz Maciel, o que está em expansão no Estado são realmente os grãos. “Praticamente dobraram de preço. O milho está em torno de R$90 e a soja, R$170 a saca de 60 quilos”, informou.
Já a produção de milho para 2021 foi estimada pelo IBGE em 100.311 toneladas, alta de 11,7% (10,5 mil toneladas) em relação a 2020. O aumento se dará em função, principalmente, da ampliação de 49,1% da área a ser colhida na segunda safra do produto, que deverá resultar num acréscimo de 40,9% na produção, segundo apurou o Fórum usando os dados do IBGE.
Em relação a outros grãos – como o arroz, por exemplo -a previsão inicial não é boa. Divulgado no dia 11 de fevereiro, o Levantametno da Safra de Grãos da Conab diz que, no Acre, mesmo com o aumento da demanda e do preço comercial do arroz, a tendência é de retração de 22,4% na área cultivada, ficando em torno de 3,8 mil hectares e produtividade média de 1.313 quilos no ano.
No entanto, se as previsões da Sepa se concretizarem e os demais setores agropecuários tiverem bom desempenho, o Acre terminará 2021 com R$2.589.374.664,00 de Valor Bruto da Produção (VPB), 11,7% a mais que 2020.
O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.
Cheia dos rios ameaça produção de leguminosas
O IBGE estimou em janeiro a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para o Acre para 2021 em mais de 111,651 mil toneladas, com alta de 15% (14,5 mil toneladas) em relação a 2020 – ou 97,1 mil toneladas a mais.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado no dia 11 deste mês, aponta ainda que a área a ser colhida é de 45,9 mil hectares, com alta de 10% em relação ao ano anterior. Com isso, serão mais 4,1 mil hectares incorporados à produção.
Os dados esquecem dos efeitos danosos das cheias dos rios na produção agrícola.
Segundo o próprio Governo do Estado, a estimativa de prejuízo é de que seja 5% do valor bruto da produção em todo o Estado, o que representa um total de R$100 milhões só em danos.