m Cruzeiro do Sul, município acreano, equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) visitaram comunidades ribeirinhas que estão desabastecidas de água e alimentos devido à seca extrema que acomete o estado há aproximadamente dois meses.
Além das equipes das secretarias Municipal e Estadual de Saúde, participaram também da visita a equipe da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento e a Defesa Civil municipal.
O município possui 37 ramais, com aproximadamente 20 mil moradores. Para fazer o diagnóstico situacional de saúde na área ribeirinha, a equipe visitou os 3 ramais mais afetados pela situação.
De acordo com a enfermeira emergencista da Força Nacional do SUS, Conceição Mendonça, há uma dificuldade no acesso à água potável para consumo e a higiene pessoal acaba sendo feita em açudes contaminados. “Em virtude da seca extrema, a alimentação de algumas famílias que vivem da agricultura familiar está passando por instabilidade na garantia de uma alimentação saudável. Também identificamos algumas famílias com crianças e idosos com quadro de gripe e coriza”, explicou a enfermeira.
É dos igarapés que a comunidade ribeirinha retira água para sobreviver, mas segundo a Defesa Civil municipal, os igarapés estão secando desde julho deste ano. Os moradores mostraram os efeitos da seca através das cacimbas, poços que captam água de minas subterrâneas, e açudes secos e dos peixes, que são criados para a própria alimentação e renda familiar, mortos por falta de água.
Assim como as queimadas, de acordo com o coordenador-geral de Mudanças Climáticas e Equidade em Saúde, Marco Horta, a seca e escassez de água também são monitoradas pela Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, que elabora ações para enfrentar os desafios impostos por eventos climáticos extremos com rapidez e eficiência.
“Infelizmente, 3 mil famílias ribeirinhas estão sem acesso à água potável. É uma situação muito crítica. A principal economia dessas famílias é a produção da farinha, mas devido à estiagem, o plantio e a colheita da mandioca foram interrompidos”, destaca Horta.
A equipe orientou os secretários sobre as propostas para elaboração de projetos de fortalecimento da agricultura e de acesso à água potável, por meio da construção de poços artesianos para melhoria da qualidade de vida da população rural ribeirinha.
Nesta sexta-feira (20), a equipe faria uma visita também ao município de Marechal Tramaturgo, que fica situada a 558 km da capital Rio Branco, mas pela quantidade de fumaça das queimadas que afetam o estado, não foi possível realizar o voo.
Próximos passos
Na próxima semana, a Força Nacional do SUS estará em Rondônia para o mapeamento da situação no estado.
O Ministério da Saúde tem prestado apoio a estados e municípios afetados pelas queimadas e pela seca extrema. O principal objetivo é monitorar a capacidade de assistência e elaborar planos de resposta em caso de emergência de saúde pública.