Durante a sessão desta terça-feira, 3 de setembro, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a deputada Antônia Sales (MDB), trouxe à tona a gravidade da situação ambiental no estado, especialmente em relação às queimadas. Em seu discurso, a parlamentar relatou a dificuldade de trafegar pela BR-364 devido à densa fumaça que cobre a região. “Mal a gente conseguia enxergar de longe, ao longo da estrada”, comentou, comparando a situação às viagens de barco em meio à neblina.
A emedebista também mencionou o impacto da fumaça nas instalações da Assembleia Legislativa, comparando a cena a uma cozinha com fogão de lenha. Ela destacou que, segundo informações da deputada Michelle Melo, especialista em saúde, o nível de poluição no ar atingiu 138%, um valor alarmante que ultrapassa em muito o limite tolerado de 15%. “Se continuar assim, não tomar uma medida emergencial de calamidade pública ambiental? E aí, como é que vai ser? Quem vai se responsabilizar por essas vidas?”, questionou, mostrando preocupação com a saúde da população.
Além das questões ambientais, a deputada tocou em outro ponto delicado: o uso indevido de máquinas públicas para intimidar eleitores, em meio a um cenário político que ela descreveu como “fogo bruto”. Em uma narrativa pessoal, ela compartilhou a história de uma jovem que, desde a infância, sonhava em ser deputada e médica. Essa jovem enfrentou muitos desafios, incluindo a necessidade de deixar o estado para estudar, e mais tarde, teve que conciliar a carreira política com a batalha contra um câncer, tudo isso enquanto mantinha o compromisso de servir sua comunidade.
Antônia Sales finalizou seu discurso expressando sua preocupação com o que classificou como “perseguição eleitoral” e “amedrontamento” de funcionários públicos, tanto em âmbito estadual quanto municipal. Segundo ela, essa prática tem gerado um clima de medo entre os trabalhadores. “Está tendo um verdadeiro terror, se implantou um terror”, afirmou ela, destacando que nunca havia presenciado uma situação semelhante.