Aleac realiza audiência pública para debater construção de Hospital Universitário
A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), realizou na manhã desta segunda-feira (7), através da Comissão de Saúde e Assistência Social, uma Audiência Pública com o objetivo de debater a construção do Hospital Universitário do Acre. O encontro, que é fruto do requerimento nº 62/2023 de autoria do deputado Adailton Cruz (PSB) contou com a presença de deputados federais, do secretário de Saúde, Pedro Pascoal, da reitora da Ufac, Guida Aquino, de estudantes e de representantes de diversos sindicatos de profissionais da Saúde.
Em sua fala, o deputado Adailton Cruz, presidente da Comissão de Saúde e autor do requerimento que solicitou a audiência pública, destacou a importância do debate. “Estamos reunidos hoje neste plenário para debater sobre a construção desse hospital universitário que é tão importante para o Estado. Nós pretendemos depois desse encontro, fazer alguns encaminhamentos porque nós precisamos de recursos e que esse hospital realmente saia da planta e passe a atuar de forma ativa, salvando vidas e gerando emprego e renda, contribuindo com aqueles que mais precisam”, disse.
Em seguida, o médico Osvaldo Leal, fez uma breve apresentação sobre a estrutura do projeto do Hospital Universitário. Ele frisou que o projeto é uma decisão institucional validada junto à comunidade universitária, está previsto no Planejamento Estratégico da Ufac 2014/2023 e presente no Plano Plurianual do Governo Federal PPA 2016/2029.
“As conversas acerca da construção do Hospital Universitário se iniciaram em 2013. Ele objetiva oferecer à sociedade acreana mais uma opção de cuidados em saúde no âmbito do sistema Único de Saúde, além de um ambiente privilegiado para o ensino, pesquisa e extensão universitários, qualificando ainda mais discentes, docentes e técnicos da área de saúde. O projeto foi concebido a partir da identificação das necessidades de saúde da população acreana, complementando-se ao reconhecido esforço do poder público na oferta de serviços de saúde, unindo-se aos esforços já existentes nesta área sensível e fundamental na vida de todos”, enfatizou o médico.
Ainda de acordo com Osvaldo Leal, o momento é favorável para a construção do HU do Acre. “A maioria absoluta das universidades federais têm seus hospitais universitários; queremos ter o nosso também e para isso nós precisamos da mobilização da nossa bancada federal. Acredito que o mesmo movimento que atualmente é feito em defesa da BR-364 deve ser feito para esse hospital. Esse é o momento e nós não podemos perder essa oportunidade. E tem que ser logo porque em setembro fecha o planejamento do governo federal, se não tiver anotado lá, não estará em lugar nenhum”, complementou.
O deputado Roberto Duarte (MDB) parabenizou Adailton Cruz pela realização do encontro. “Esse debate é de suma importância para a população acreana. Após a apresentação feita pelo médico Osvaldo Leal nós já entendemos a real necessidade desse Hospital Universitário. Ele será fundamental não só para fortalecer a área da saúde, mas também a economia do Estado. Nós precisamos buscar junto ao governo federal esse compromisso, contem com a gente nessa luta”, disse.
Jucelino Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), falou sobre sua felicidade em participar da audiência pública que trata de um assunto tão importante. Ele pontuou também que no último ano, as pautas da Saúde têm sido amplamente debatidas na Aleac.
“Fiquei feliz quando participei do lançamento da pedra fundamental do Hospital Universitário e cumprimento a todos os envolvidos nesse projeto. O Sindicato está aqui para apoiar essa causa. Precisamos nos unir para que tenhamos sucesso e um hospital desse vai desafogar muito a demanda de atendimento nas demais unidades hospitalares. É um sonho, as pessoas estão trabalhando, mas também precisamos que o Governo Federal envie verba para isso”, disse.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) frisou a importância de o tema não ficar somente na reunião, mas que haja união dos poderes para que a obra saia do papel. Ele sugeriu que seja feita uma carta em de defesa da construção, que em seguida deverá ser assinada pelo governador Gladson Cameli (PP) e demais chefes de poderes.
“Quando discutimos assuntos como esse, penso no que podemos fazer para não ser algo que fique somente na reunião. Dar visibilidade a essa causa já ajuda muito, mas é necessário acertar outros passos também. Temos que aprender com os problemas e erros da política recente, pois se esse projeto ainda não está de pé, é por omissão dela. Precisamos defender a construção desse hospital assim como fizemos e continuamos fazendo com relação a BR-364. Não tem quem não concorde com essa causa, mas isso não é o suficiente, então sugiro que transformemos essa numa causa de todos, façamos uma carta do ato de defesa pela construção desse hospital, pois ela terá a assinatura tanto do governador, como de todos os chefes dos demais poderes do Estado”, sugeriu.
Já a reitora da Ufac, Guida Aquino, salientou que o HU não é somente para a Ufac e sim para todo o Estado do Acre. “A luta pela construção do Hospital Universitário começou na Ufac, mas agora precisa do apoio da população acreana, da nossa bancada federal. É um projeto que vai atender toda a sociedade local. Essa luta precisa ser vencida agora, e nós temos o Estado como um grande parceiro para que esse hospital saia do papel, assim como a sugestão do deputado Edvaldo Magalhães, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Acre precisa desse hospital, a pandemia nos mostrou isso”, enfatizou a reitora.
Lucas Matheus, que falou representando os universitários, pontuou que o hospital vai contribuir tanto na formação dos estudantes, como desafogar os atendimentos nas unidades hospitalares. “Como estudante, estou sempre pensando nesse hospital e o quanto ele vai contribuir com as instituições de ensino, também na importância dele para a Saúde. Faço parte dos 90% de usuários do SUS e peço que nossos representantes defendam essa obra, pois beneficiará a população acreana”, disse.
O secretário Pedro Pascoal falou sobre a alta demanda que o governo tem na Saúde, uma vez que o Estado não possui hospitais municipais e como o Hospital Universitário vai contribuir nos atendimentos. Acrescentou também que o Acre possui excelentes profissionais, mas necessita de inovações tecnológicas.
“Temos um Estado que depende 96% da saúde pública e toda administração da média e alta complexidade ficam debaixo da gestão estadual. Não possuímos hospitais municipais e isso acaba sendo uma dificuldade, pois o governo fica sobrecarregado com as demandas. A implantação deste hospital vai trazer inovação tecnológica, temos excelentes profissionais aqui, o que nos falta é essa inovação. O valor da obra é robusto, mas precisamos dela. Três anos é pouco tempo para entregar um prédio dessa magnitude, mas plantar a semente e correr atrás dos recursos já é um início”, defende.
Ao finalizar a audiência pública, o deputado Adailton Cruz disse que o relatório final do encontro será encaminhado aos ministérios da Educação e Saúde, Câmara Federal e ao governo do Estado. Ele destacou ainda a importância da sugestão do Edvaldo Magalhães de se fazer uma carta de defesa pela construção do HU com a assinatura tanto do governador, como de todos os chefes dos demais poderes do Estado.
“Nós faremos toda a mobilização necessária para garantir a construção do Hospital Universitário. Tenho certeza que depois dessa audiência pública nós saímos mais fortalecidos dessa luta e se Deus quiser, vamos concretizar esse sonho. Esse hospital será sim uma realidade pela necessidade dele e pela sua importância. Obrigado a todos pela presença, a luta continua”, finalizou o parlamentar.
Início da pauta
A pauta pela construção do HU dura dez anos. As conversas tiveram início em 2013. O projeto irá beneficiar estudantes dos cursos da área de saúde da universidade, além da contratação estimada de pelo menos 1.800 novos servidores. O HU está projetado para ofertar 280 leitos comuns e 40 unidades de terapia intensiva; serão 60 consultórios médicos e 11 salas para centro cirúrgico. Quando finalizado, a capacidade será de 245 mil consultas ambulatoriais por ano e 9 mil cirurgias anuais.
O espaço trabalhará atendimentos em regime ambulatorial, de internação, apoio ao diagnóstico e terapia, apoio técnico, desenvolvimento de recursos humanos e pesquisa, gestão e execução administrativa e apoio logístico. Urgência e emergência não serão contempladas. O investimento total para construir e equipar o hospital é de R$ 300 milhões.