O senador eleito pelo Acre, Alan Rick (União), anunciou em entrevista à TV Senado a saúde e assuntos ligados à pauta conservadora deverão ser as prioridades de seu mandato, que começará em fevereiro e seguirá até janeiro de 2031.
Alan Rick anuncia que nos seus mandatos como deputado federal (de 2015 até o presente) já priorizou a saúde. Lembrou que foi de sua autoria a lei que facilitou a revalidação (pelo programa Revalida) dos diplomas de Medicina de brasileiros que se formaram no exterior, após aprovação em exame gerido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Alan Rick ressalta que as mensalidades dos cursos de medicina no Brasil são “caríssimas”, o que faz muitos brasileiros optarem por estudar em Cuba, Argentina, Paraguai, Bolívia e outros países. Esses estudantes tinham enormes dificuldades para serem reconhecidos pela legislação brasileira como médicos quando retornavam, o que foi facilitado pelas mudanças que conseguiu introduzir no Revalida (Lei 13.959, de 2019).
“O sistema público universitário não dá conta da demanda de jovens que sonham em se formar em medicina. E a média das mensalidades nas faculdades privadas beira hoje R$ 12 mil. Por causa disso, hoje cerca de 120 mil jovens brasileiros estudam medicina fora do país. Consegui introduzir no Revalida a realização dos exames duas vezes por ano, parando com a prática de passar anos sem aplicar o Revalida”, ressaltou.
Outra vitória que o senador eleito entende ter obtido, na área da saúde, foi a mudança que conseguiu introduzir no programa Mais Médicos (Lei 12.871, de 2013). A partir de 2016, através de projeto de sua autoria, o Mais Médicos priorizou a contratação de médicos brasileiros formados no exterior, ao invés dos médicos cubanos.
“O Mais Médicos pagava em 2016 cerca de R$ 14 mil como bolsa mensal aos médicos. Só que priorizava médicos cubanos, e sabemos que esses profissionais ficavam com uma pequena parte da bolsa, a maior parte ia pro governo cubano. Se os médicos cubanos podiam atuar aqui sem o Revalida, por que não os médicos brasileiros formados no exterior, mesmo que também não tivessem o Revalida?”, afirmou Alan Rick.
O senador eleito acrescentou que a bolsa do Mais Médicos ainda não é o suficiente para fazer com que médicos brasileiros formados no Brasil aderissem em grande número ao programa. Permanece na maioria uma resistência a atuar em pequenos municípios do interior. Por isso priorizar a contratação de médicos brasileiros formados fora do país foi positivo, segundo o senador eleito.
Na entrevista, Alan Rick disse ter sido eleito defendendo uma pauta conservadora nos costumes. Afirmou ser favorável ao Estatuto do Nascituro (PL 478/2007), projeto ainda em análise na Câmara dos Deputados, que entende o início da vida desde a concepção.
“Votei a favor do relatório que garante a proteção da vida desde a concepção. O Brasil é signatário da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, que entende que a vida deve ser respeitada desde a concepção, é um bem inviolável. Então o Brasil não pode aprovar projetos que transformem o aborto em método contraceptivo. Também sou contra legalizar a maconha e outras drogas, isso será um desastre. Sou a favor do uso medicinal do canabidiol, mas o uso recreativo da maconha e outras drogas ilícitas, sou contra”, disse.
O senador eleito também afirmou ser favorável ao programa Escola sem Partido (PL 246/2019), também em análise na Câmara dos Deputados. Alan Rick disse que defende a categoria dos professores, tendo inclusive sempre votado a favor de aumentos salariais para a categoria. Mas entende que “infelizmente alguns professores abusam do poder que tem e tentam doutrinar politicamente seus alunos”, segundo ele.
Já sobre o governo Lula, Alan Rick disse que fará uma “oposição responsável”, e defende que o União Brasil adote uma postura independente em relação ao governo.
Fonte: Agência Senado