Lula anunciou, nesta quinta-feira (22), mais 15 nomes que comporão os ministérios do governo que se inicia no próximo dia 1º. Com isso, já são 21 o total de ministros e ministros anunciados até agora, entre os quais está o do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que será ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (veja abaixo a lista completa e atualizada). Segundo o presidente eleito, mais 13 integrantes serão anunciados até o começo da próxima semana.
Aos futuros ministros, Lula deixou claro que a principal missão é resgatar a felicidade do povo brasileiro em todos os sentidos. “Nós só temos uma missão: fazer esse povo voltar a ser feliz. Fazer esse povo voltar a estudar com ensino de qualidade, comer decentemente todo dia, ter uma saúde de qualidade”, disse.
E ressaltou: “Não é o Lula que está precisando de vocês. Quem está precisando de vocês é o povo brasileiro. É a mulher que está sendo violentada todo dia, é o adolescente que está morrendo na periferia, são os pobres e negros que são vítimas da doença mais desgraçada deste país, que é o preconceito racial, estampado na cara de uma parte da elite brasileira”.
Na avaliação de Lula, o governo terá também a missão de reunificar o país. “Nós sabemos quantas famílias brigaram por causa da política, por causa do fascismo, quantas pessoas deixaram de conversar. Precisamos ter a competência de recuperar essa coisa chamada fraternidade, essa coisa chamada solidariedade, compreensão, amor. E só vamos recuperar isso se nós cumprimos cada palavra que falamos no nosso discurso na última campanha”, alertou.
Ainda segundo Lula, as escolhas tentam fazer com que o novo governo tenha o máximo possível de representantes das forças políticas que participaram de sua campanha. “Quero dizer aos companheiros que ainda não foram contemplados que vamos contemplá-los, porque somos devedores dessas pessoas que colocaram a cara e que ousaram enfrentar o fascismo que estava espraiado neste país”, garantiu.
Agradecimentos
Um pouco antes, ao receber de Geraldo Alckmin o relatório do governo de transição, Lula agradeceu aos deputados e senadores pela aprovação da PEC do Bolsa Família, promulgada na madrugada. “Quero agradecer porque o que parecia impossível aconteceu, com uma votação expressiva, também de quem não é da base do (futuro) governo. Eles apoiaram a PEC, numa demonstração de solidariedade ao povo mais pobre deste país”, avaliou.
Lula também agradeceu a Alckmin e a todos os que participaram do governo de transição, sendo que a maioria trabalhou de forma voluntária. “Possivelmente, essa foi a transição mais democrática já acontecida neste país, e a mais barata, porque nem sequer utilizamos todos os recursos que estavam disponibilizados. Muita gente trabalhou de graça, de forma solidária, porque havia quatro anos que todo mundo estava esperando este momento, de restabelecer no nosso país a democracia”, frisou.
A todas essas pessoas, Lula prometeu trabalhar ainda mais do que nos dois primeiros mandatos e reiterou o compromisso com os mais pobres e com o combate à fome. “Eu espero que todos ganhem no nosso governo, mas é importante lembrar e não esquecer que a nossa prioridade é cuidar do povo mais pobre, do povo trabalhador, do povo mais necessitado.”
“É até triste falar isso, porque falei em 2003 e 20 anos depois vou voltar a falar, mas se, ao terminar o meu mandato, cada brasileiro e brasileira estiver tomando café, almoçando e jantando todo dia, se as pessoas não estiverem dormindo na rua porque voltamos a construir casas para esse povo e se s pessoas estiverem trabalhando e ganhando o pai de cada dia com o suor do seu trabalho, sinceramente, eu serei o homem mais feliz do planeta Terra”, prosseguiu.
Por fim, pediu para que todos acompanhem com atenção e cobrem do futuro governo. “Sei que vocês vão continuar nos ajudando e cobrando. Isso é importante: não deixem de cobrar, porque, se vocês não cobram, a gente pensa que está acertando. Nós não precisamos de puxa-saco, um governo não precisa de tapinha nas costas. Um governo tem que ser cobrado todo santo dia para que a gente consiga aprimorar a nossa capacidade de trabalho. É isso que eu espero de vocês. Cobrem, cobrem e cobrem para que a gente faça, faça e faça.”
O ministros já anunciados:
Confira abaixo os nomes já escalados para o primeiro escalão do novo governo Lula:
Advocacia-Geral da União: Jorge Messias. Procurador da Fazenda Nacional.
Casa Civil: Rui Costa. Atual governador da Bahia, o economista foi eleito em 2014 e reeleito em 2018. Nas suas gestões, ampliou programas como o Luz Para Todos e o Minha Casa Minha Vida para o povo baiano.
Controladoria-Geral da União: Vinícius Carvalho. Advogado e ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Ministério da Ciência e Tecnologia: Luciana Santos. Vice-governadora de Pernambuco, presidenta do PCdoB e ex-deputada federal. Engenheira elétrica formada pela Universidade Federal de Pernambuco.
Ministério da Cultura: Margareth Menezes. Cantora baiana e referência para a música brasileira, é fundadora do selo Estrela do Mar Records e da Associação Fábrica Cultural.
Ministério da Defesa: José Múcio. Engenheiro civil, foi ministro das Relações Institucionais de 2007 a 2009 e ministro do Tribunal de Contas da União de 2009 a 2021.
Ministério da Educação: Camilo Santana. Foi governador do Ceará por duas gestões e senador eleito pelo Estado. Formado em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará e mestre em desenvolvimento e meio ambiente.
Ministério da Fazenda: Fernando Haddad. Professor de ciência política, graduado em direito e com mestrado em economia e doutorado em filosofia, Haddad foi prefeito de São Paulo e ministro da Educação de 2005 a 2012, sendo responsável pela criação do Prouni.
Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos: Esther Dweck. Economista, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e atuou no Ministério do Planejamento.
Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco. Diretora do Instituto Marielle Franco. É graduada em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Jornalismo pela Universidade Estadual da Carolina do Norte.
Ministério da Justiça: Flávio Dino. Ex-juiz federal, Dino foi governador do Maranhão, presidente da Embratur, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e, nas últimas eleições, foi eleito senador pelo povo do Maranhão.
Ministério da Mulher: Cida Gonçalves. Foi secretária nacional do Enfrentamento à Violência contra a Mulher e ajudou a fundar a Central dos Movimentos Populares no Brasil.
Ministério da Saúde: Nísia Trindade. Presidenta da Fiocruz desde 2017 e socióloga. É professora da Casa de Oswaldo Cruz e do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IESP-UERJ).
Ministério das Relações Exteriores: Mauro Vieira. Foi embaixador na Argentina e nos Estados Unidos e chanceler do governo federal em 2015. Atualmente, é embaixador na Croácia.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin.Vice-presidente eleito do Brasil, governador de São Paulo por quatro mandatos, foi deputado federal e prefeito de Pindamonhangaba. Coordenou a equipe de transição.
Ministério do Desenvolvimento Social: Wellington Dias. Foi por quatro vezes governador do Piauí e eleito duas vezes senador pelo Estado. Foi deputado federal e estadual.
Ministério do Trabalho: Luiz Marinho. Foi ministro do Trabalho e Previdência, prefeito de São Bernardo do Campo e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Ministério dos Direitos Humanos: Silvio Almeida. Pós-doutor pela Faculdade de Direito da USP, professor da FGV e Mackenzie e professor visitante da Universidade de Columbia. Presidente do Instituto Luiz Gama.
Ministério dos Portos e Aeroportos: Marcio França. Foi governador de São Paulo, prefeito de São Vicente, deputado federal e é presidente da Fundação João Mangabeira.
Secretaria das Relações Institucionais: Alexandre Padilha. Foi ministro da Saúde e das Relações Institucionais. É médico e deputado federal.
Secretaria Geral da Presidência: Marcio Macedo. Deputado federal, vice-presidente do PT. Biólogo formado pela Universidade Federal de Sergipe, foi secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe.
Estrutura do governo
Presidência:
1. Casa Civil
2. Gabinete de Segurança Institucional – GSI