O pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como apóstolo Rina, morreu na madrugada deste domingo (17), após sofrer um acidente de moto na Rodovia Dom Pedro, em Campinas, no interior de São Paulo. Ele tinha 52 anos e era o fundador da Bola de Neve Church, uma das igrejas evangélicas mais conhecidas do país e fora do Brasil, são 560 unidades em 34 países.
O pastor sofreu uma fratura na clavícula e foi socorrido com vida para o Hospital das Clínicas da Unicamp. Mas, deu entrada na unidade com parada cardíaca e, apesar das tentativas de reanimação, não resistiu.
A notícia foi confirmada nas redes sociais da Bola de Neve Church: “Neste momento de grande tristeza, nos colocamos em oração por sua família, amigos e toda a igreja que foi tão abençoada por seu ministério, deixando um legado que jamais será esquecido”, diz a nota oficial.
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o velório e o sepultamento do pastor.
Quem foi o apóstolo Rina?
Apóstolo Rina fundou a Bola de Neve Church no início dos anos 2000. Ele ficou conhecido por pregar usando uma prancha de surfe como púlpito, uma referência às origens da igreja, que começou em uma loja de artigos para surfistas.
Em seu site oficial, o pastor relatava ter nascido em um lar evangélico, sendo irmão de duas pastoras. Ele também dizia ter tido uma experiência sobrenatural ao sobreviver a uma hepatite, que o fez acreditar na existência do inferno.
Nos últimos anos, no entanto, sua trajetória foi marcada por polêmicas. Em 2024, Rina foi afastado da liderança da igreja após denúncias feitas por sua ex-esposa, a cantora gospel Denise Seixas. Ela acusou o pastor de violência doméstica, incluindo agressões físicas, ameaças e violência psicológica.
Entre as acusações, Denise revelou ter sido vítima de socos, xingamentos e ameaças que a forçaram a manter relações sexuais. Ela também afirmou ter medo da influência de Rina, o que a impediu de denunciar as agressões antes. A Justiça concedeu uma medida protetiva que determinava que ele mantivesse distância de 300 metros dela, de seus familiares e de testemunhas do caso.
Neste mesmo ano, Nathan Gouvêa, enteado do apóstolo Rina, relatou supostos episódios de abusos psicológicos e agressões de que foi vítima, quando tinha 7 anos. Ele contou que chegou a ser obrigado pelo líder religioso a ficar pelado na sacada da casa de praia como castigo.
“Estávamos eu e um amigo na casa de praia dançando aquela música ‘Olha a Onda’. Ele viu e ficou extremamente irritado, me bateu e deixou, eu e meu amigo, pelados numa sacada. Dava para todo mundo ver. Ficamos assim por horas’, disse.
Nathan ainda contou que, quando era mais novo, achava normal os castigos. Aos 8 anos, a punição teria se repetido. “Era bem novinho, coisa de uns 8 anos. Morávamos em um apartamento todo de vidro, no terceiro andar e, mais uma vez, ele me deixou de castigo, pelado”.
Apesar de seu legado como líder religioso, a trajetória de apóstolo Rina foi interrompida tragicamente, deixando um misto de luto e controvérsias.
Fonte: BNEWS