A mídia relatou que Lya de Souza Ferreira, 40 anos, foi flagrada jogando pedras em veículos na cidade de Sena Madureira. Segundo informações da família, ela foi encaminhada para tratamento no Hospital de Saúde Mental do Acre.
Quem é Lya? Qual a sua profissão? Ela é casada, tem filhos? Antes de eventos controversos como atirar pedras em carros na rua, como era sua vida? Lya é mãe? Ela buscou educação formal, seguiu uma carreira como professora, agricultora, costureira ou bancária? Ou talvez ela nunca tenha tido a chance de estudar? Em termos de fé, ela é católica, evangélica ou espírita? No final das contas, queremos entender: quem realmente é Lya?
Se ela fosse uma artista, uma poetisa, uma pintora, seria capaz de interpretar o mundo e o universo da mesma maneira que Vincent Van Gogh concebeu em “Noite Estrelada”?
Há inúmeras Lyas vagando pelas ruas, arremessando pedras, palavras e gestos, até serem confinadas em um ambiente onde não existem pedras, carros ou telas para pintar… Em vez disso, há agulhas, comprimidos e palavras em um mundo desprovido de sentido. O mundo está afogando Lya em um oceano de indiferença.
Ouçam os apelos angustiados das Lyas, vindos de corpos sujos e desgastados, carregando a dor dilacerante da existência que sufoca e rouba todos os sonhos. O mundo está aniquilando Lya, submergindo-a lentamente.
Lançar pedras em veículos, para Lya, não carrega o mesmo prazer lúdico que se tem ao atirar pedras num lago. Trata-se de uma resposta à indiferença e ao desprezo de uma sociedade que não consegue entender que Lya precisa apenas de cuidados, amor, uma canção de ninar, um aconchego.
Para Lya, jogar pedras representa um pedido silencioso por ajuda, um apelo desesperado por atenção num mundo que aparenta tê-la esquecido. É mais que um simples gesto, é um apelo à empatia, uma súplica por compreensão e um desejo profundo por afeto. Mas, quem é Lya de verdade? Ou… foi apenas um sonho?