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A Expoacre continua a atrair um grande número de visitantes, sendo que os sabores dos ingredientes e pratos regionais têm sido um dos maiores destaques.

Um dos pontos mais notáveis deste ano no Espaço Indústria da Expoacre tem sido a degustação e exposição da farinha, um produto genuinamente acreano, que está ganhando reconhecimento tanto dentro quanto fora do país.

Duas empresas estão representando esse segmento, destacando assim as potencialidades e a força das pequenas e grandes indústrias do Acre.

Amarelinha do Acre
No início de 2020, durante a forte pandemia que afetou o Brasil, a empresária Mayara Lima teve a ideia de empreender. Como filha de comerciantes muito conhecidos na região do Juruá por seus churrascos bem preparados, principalmente pela saborosa farofa, Alzira sempre recebia pedidos de farofa que eram enviados para outros estados como presentes. Embora ela inicialmente rejeitasse a ideia e produzisse pequenas quantidades apenas para pessoas muito próximas.

Com todos elogiando o produto e com o apoio de sua prima Samylle Almeida, que havia acabado de voltar do Japão, elas decidiram montar uma empresa.

“Começamos a fazer testes, planejar o que seria necessário para iniciar. Queríamos algo além do sabor inconfundível da culinária de nossa família, queríamos um produto bem embalado e que pudesse ser enviado para todo o Brasil, e, em nossa ambição maior, para o mundo”, compartilhou a empresária Mayara Lima.

Samylle trabalhava em uma fábrica de alimentos no Japão e entendia sobre armazenamento, sendo ela quem teve a ideia de embalar a farofa a vácuo. Investiram em uma seladora a vácuo, criaram as embalagens e, mesmo com recursos limitados, abriram a Amarelinha do Acre em maio de 2022. Com coragem, conseguiram garantir um espaço na Expoacre em julho do mesmo ano, no setor de indústrias.

A visibilidade foi tão grande que o produto chegou ao Japão, através de uma pessoa que o levou e o apresentou ao país asiático. A Amarelinha também já esteve na Alemanha, Argentina, Peru, Paraguai e em diversos estados brasileiros, e agora se consolidou no Acre.

Central Juruá
Em parceria com o governo do Estado, através da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), a Central de Cooperativas do Juruá se consolidou na região com seis unidades de beneficiamento semiautomático.

Antes dessa parceria, os produtores produziam em média cinco sacas de farinha, começando às 4h da manhã e terminando às 18h. Atualmente, produzem 24 sacas de farinha, começando às 6h30 e terminando às 15h, ou seja, produzindo três vezes mais e tendo mais tempo para o lazer e a família. A Central Juruá tem sócios em todos os municípios da região, incluindo Cruzeiro do Sul, Marechal Thaumaturgo, Porto Valter, Rodrigues Alves e Mâncio Lima.

Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima são os municípios que mais produzem e também onde a maioria dos sócios está localizada, gerando mais de 60 empregos diretos e 250 indiretos.

Vale ressaltar que a Farinha de Cruzeiro do Sul é o primeiro produto do estado do Acre a receber o selo de indicação geográfica, devido à sua origem, reputação e ao modo único de produção da farinha. O selo é da região do Juruá, sendo a Cooperativa Central Juruá a detentora do selo e, portanto, a única autorizada a comercializar a farinha com o nome de Cruzeiro do Sul.

“Para produzir a farinha de Cruzeiro do Sul com indicação geográfica, é obrigatório seguir um caderno de especificações técnicas, com vários critérios e diretrizes. Isso garante a manutenção das características originais, enquanto assegura a qualidade e a segurança do produto final”, enfatizou Maria José Maciel, presidente da Cooperativa.

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