O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá, executado pelo Centro de Ciências Biológicas e da Natureza da Ufac, realizou visita técnica a agricultores familiares que cultivam feijões nobres na reserva extrativista Alto Juruá e proximidades. A expedição ocorreu entre 21 e 25 de novembro, visando à certificação e obtenção do selo de indicação geográfica dos feijões crioulos da região.
Na oportunidade, realizou-se um seminário sobre feijões locais na Vila Restauração, localizada no rio Tejo, em Marechal Thaumaturgo (AC). Os assuntos discutidos no evento foram importância socioeconômica e cultural dos feijões locais; valor nutricional do feijão comum (‘Phaseolus vulgaris’) e do feijão de praia (‘Vigna unguiculata’); armazenamento e produção de sementes de feijão; e agregação de valor da produção local através de processos de certificação, incluindo a indicação geográfica. Participaram das atividades 80 agricultores familiares e dez técnicos da Prefeitura Municipal de Marechal Thaumaturgo.
A região do Alto Juruá conta com, aproximadamente, 30 tipos entre feijão de arranque e feijão de praia. Análises preliminares comprovam que esses feijões são mais ricos em proteínas e antocianinas quando comparados ao feijão carioca tradicional.
Essa foi a primeira atividade do projeto, o qual se estende até 2024. Os próximos passos são coleta de dados da produção; melhoria dos processos de armazenagem e embalagens; análises econômicas sobre a cadeia do feijão certificado e mensuração da importância dos feijões na segurança alimentar da população local.
A expedição foi realizada com recursos do Banco da Amazônia, da Fapac e do CNPq. O projeto é do Programa de Desenvolvimento Científico, Tecnológico e Regional (PDCTR)/CNPq/Fapac. Participaram da missão o coordenador do projeto, Bruno Antonio Lemos de Freitas, da Ufac; os técnicos Amauri Siviero e José Tadeu de Sousa Marinho, da Embrapa-AC; e o técnico Guiomar de Almeida Sousa, do Ifac.