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Uma mãe que não abandona o ninho: conheça a píton birmanesa

No mundo animal, as cobras não têm a fama de serem as melhores mães. No imaginário popular, esses répteis são considerados animais frios e calculistas, que botam seus ovos e vão embora.

Mas a natureza pode nos surpreender com ótimas mamães cobras. Um exemplo é a píton birmanesa (Python bivittatus), uma espécie não venenosa do sudeste asiático que chama a atenção pelo seu comprimento de até sete metros. Ela é uma das maiores cobras do mundo, ao lado da brasileira sucuri e da também asiática píton reticulada.
Além do tamanho, o diferencial da píton birmanesa é o cuidado com os filhotes. Após botar os ovos, a fêmea enrola-se em torno deles e os “choca” durante três meses, até a eclosão.

Esse comportamento difere das outras espécies de serpentes: normalmente, as cobras botam seus ovos e não acompanham a eclosão. Em alguns casos raros os ovos ficam retidos dentro da mãe, principalmente em habitats onde as temperaturas são mais baixas.

Como os répteis são animais de sangue frio, para aquecer seus ovos a píton vibra diferentes músculos do corpo, o que eleva em vários graus a sua temperatura.

Após o período de choca, os primeiros filhotes quebram os ovos mas ainda ficam aos cuidados da mãe. Eles só ganham o mundo após sua primeira troca de pele, quando já são capazes de caçar sozinhos.

Assim como a maioria das mães, é melhor não mexer com a píton birmanesa quando ela está cuidando dos filhotes: durante essa fase, ela fica agressiva – não só como forma de proteger a ninhada, mas também por ficar um longo tempo sem se alimentar.

*A matéria contou com a colaboração e fotos do diretor do Museu Biológico, Giuseppe Puorto.

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