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Vacinação contra pólio cai quase 30% nas últimas décadas no Acre

Lilia Camargo –
A cobertura vacinal no Brasil vem despencando nos últimos dez anos, deixando a população, especialmente o público infantil, mais vulnerável a doenças que já estavam erradicadas no país, como sarampo e poliomielite, e que podem deixar sequelas ou causar mortes. Enquanto o índice de vacinação ideal se situa acima de 90%, as taxas gerais de imunização têm ficado abaixo desse valor desde 2012, chegando a 50,4% em 2016. No último ano, a porcentagem foi de 60,7%, segundo informações do Datasus do Ministério da Saúde.
No Acre não tem sido diferente, a cobertura vacinal de doenças mais graves, como meningites, sarampo, rubéola, poliomielite e pneumonia, não tem sido alcançada nos últimos anos, especialmente na época de pandemia, quando todas as atenções estiveram voltadas para combater a covid-19. Como forma de impedir que doenças erradicadas ou surtos se tornem uma realidade, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) vem alertando a população acreana sobre a necessidade de se vacinar.

“O medo de se expor à covid-19 no auge da pandemia, várias fake news e movimentos antivacina acabaram desestimulando as pessoas e isso tem nos preocupado, pois doenças erradicadas estão retornando com a queda das coberturas vacinais. No Acre, já temos casos suspeitos de difteria e coqueluche. Infelizmente estamos sofrendo esse impacto e precisamos conscientizar as pessoas sobre a importância de se vacinar”, frisou Renata Quiles, coordenadora estadual de Imunização da Sesacre.

Doenças potencialmente fatais para crianças podem ser evitadas com vacinação
Um dos principais imunizantes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), que registra números de cobertura insuficientes desde 2017 no país. Esse decréscimo vem contribuindo para o surgimento de novos surtos de sarampo, uma doença altamente contagiosa, transmitida por gotículas respiratórias, que provoca sintomas como tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e irritação na pele, com manchas vermelhas. Em casos mais graves, pode causar pneumonia e inflamação no cérebro.

Já em relação à procura pela vacina contra poliomielite no país, o imunizante de gotinhas caiu de 96,5% em 2012 para 67,6% no último ano. A doença foi considerada erradicada no Brasil em 1989, quando ocorreu o último caso, mas a queda da imunização coloca em risco esse avanço. Os sintomas da poliomielite incluem febre, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, prisão de ventre, espasmos e rigidez na nuca. O vírus pode atingir o sistema nervoso e causar paralisia permanente nas pernas ou braços.

Outra vacina aplicada no público infantil é contra o rotavírus, que provoca uma infecção no trato digestivo e é a causa mais comum de diarreia grave, com desidratação, em crianças pequenas entre três e 15 meses de idade. O vírus causa aproximadamente 215 mil mortes por ano no mundo em meninos e meninas com menos de cinco anos, principalmente em países em desenvolvimento. Os índices de vacinação contra o rotavírus no Brasil reduziram de 86,3% em 2012 para 68,3% em 2021. Os dados foram divulgados pelo Instituto Butantan, em estudo publicado em março.

Campanhas de vacinação
Além de oferecer as principais vacinas disponibilizadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) nas unidades básicas de saúde, o governo do Acre, por meio da Sesacre, em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), está disponibilizando acesso a vacinas contra a covid-19 e influenza, para grupos prioritários, e tríplice viral, em uma ação de vacinação.

A operação transcorre no Ginásio do Sesc, no Bosque, em Rio Branco, de 27 de abril a 4 de maio (inclusive no sábado e domingo), das 8h às 17h. Para participar, é necessário apresentar documento de identidade com foto e carteira de vacinação. O objetivo é vacinar pelo menos mil pessoas, garantindo o aumento da cobertura vacinal e evitando o reaparecimento de doenças.

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