Até o próximo dia 20 de outubro, a cidade de Belém, no Pará, sedia o Fórum Mundial de Bioeconomia. Pela primeira vez, o evento, que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), é realizado fora da Europa. A cerimônia de abertura ocorreu nesta segunda-feira, 18, e contou com a presença de autoridades nacionais e internacionais, entre elas, o governador Gladson Cameli.
A cerimônia de abertura ocorreu nesta segunda-feira, 18, e contou com a presença de autoridades nacionais e internacionais, entre elas, o governador Gladson Cameli. Fotos: Diego Gurgel/Secom
Aliar propostas de preservação da Amazônia, a maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo, com o desenvolvimento socioeconômico sustentável de sua população por meio da bioeconomia será o grande desafio do encontro, que terá uma extensão programação de oficinas e debates sobre a temática.
O bioma amazônico compreende cerca de 44% do território da América do Sul e é o lar de 48 milhões de pessoas. Com o agravamento das mudanças climáticas neste século, as atenções estão voltados para a Amazônia. A região tem relevante contribuição com o equilíbrio ambiental do planeta.
“Devemos que criar mais oportunidades para o povo que vive na Amazônia e, ao mesmo tempo, temos que proteger aquilo que temos de mais valioso. Nossas florestas são as nossas maiores riquezas, não precisamos derrubar mais nenhuma árvore. Basta aproveitarmos as áreas abertas e criar mecanismos para que sejamos recompensados por fazer a nossa parte”, declarou o gestor.
Com 88% de sua cobertura vegetal intacta, o Acre desponta como um dos estados da Amazônia brasileira referência mundial na preservação do meio ambiente. Para alavancar ainda mais a economia local, uma das apostas de Gladson Cameli é o agronegócio sustentável. De acordo com o gestor, o modelo aplicado no estado concilia geração de riqueza com a proteção das florestas.
“O Acre possui terra fértil, clima bom e todas as condições para que o agronegócio prospere. Nos últimos anos, temos visto colheitas batendo recordes e isso é a prova daquilo que defendemos. Como governo, estamos fazendo nossa parte em não atrapalhar quem queira investir no nosso estado. Porém, estamos atentos e cobrando o cumprimento da legislação ambiental, que não permite excessos e pune quem insiste em derrubar a floresta de maneira ilegal”, enfatizou.
Anfitrião do evento, o governador do Pará, Helder Barbalho, elencou as inúmeras potencialidades econômicas regionais já em atividade e, ainda, outros setores com grande apelo para a geração de riquezas. Durante a cerimônia, o chefe de Estado lançou o edital de Procedimento de Manifestação de Interesse, para concessão de áreas estaduais para proteção, e comercialização de créditos de carbono; assim como fez a assinatura do primeiro contrato de crédito para produtores da bioeconomia (Banpará Bio) e do decreto da estratégia de bioeconomia do Pará.
“Este momento representa a busca do início de uma nova história para a consolidação de uma nova vocação econômica para a Amazônia. Aproveitar a nossa biodiversidade, discutir estratégias que possam compatibilizar os cerca de 25 milhões de amazônidas que moram nessa região com estratégias econômicas compatíveis com sustentabilidade e impulsionando o debate com as comunidades tradicionais”, argumentou.
Representando o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, o governador do Amapá, Waldez Góes, destacou a realização do evento no Norte do país e falou da relevância dos estados amazônicos estarem unidos em prol do fortalecimento da região.
“O fato do fórum estar sendo realizado no Pará, em plena Amazônia, torna ainda mais significativo seus debates. O Consórcio de Governadores se consolida como respeitada representação dos estados da Amazônia brasileira, buscando a conversão de interesses que nos unem”, pontuou.