Uma descoberta significativa foi feita pela equipe multidisciplinar do governo do Acre, da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura Elias Mansour (DPHC/FEM), que está desenvolvendo o Projeto de Articulação Institucional para o Reconhecimento, Fortalecimento e Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado.
A equipe esteve no último fim de semana em Rodrigues Alves, onde capacitou os gestores do município nas oficinas de educação patrimonial, implantação e estudo das leis nacional e internacional de patrimônio histórico e cultural, e jornalismo cultural.
Durante a visita de campo à Comunidade Nova Cintra, local registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como sítio arqueológico, a arqueóloga Jane Pessoa Coelho explicou que será necessário adotar medidas de proteção do local.
“O que posso recomendar aqui no sítio arqueológico de Nova Cintra são medidas de proteção que possam prevenir possíveis danos, uma vez que ramais amazônicos, por sua natureza, necessitam de sucessivos reparos”, observa Jane.
Em conversa com os gestores municipais, a arqueóloga recebeu a informação da existência de urnas às margens do Rio Juruá em Rodrigues Alves, no perímetro urbano da cidade.
Por não constar nenhum tipo de estudo ou reconhecimento do sítio arqueológico, a arqueóloga e toda a equipe, juntamente com os gestores municipais, foram ao local onde se encontravam artefatos de uma possível existência de ocupação de sociedades antigas na região.
Para a surpresa de todos, realmente se tratava de artefatos arqueológicos da cultura indígena da região. A arqueóloga enfatiza a importância da Educação Patrimonial no processo de reconhecimento da diversidade cultural.
“O achado de um sítio arqueológico na zona urbana do município de Rodrigues Alves deve-se à capacitação dos gestores municipais, que possibilitou que esses remanescentes culturais, que até hoje estiveram anônimos em meio ao cotidiano da vila de pescadores, ganhassem status de patrimônio cultural”, explica a arqueóloga.
Jane antecipa os próximos passos da ação: “O que nos interessa agora é inscrever o sítio no banco de dados do Iphan e aguardar ações de proteção do mesmo”, revela.
Sítios arqueológicos são locais onde se encontram vestígios de atividade humana, como pinturas rupestres, construções antigas e artefatos, entre outros.