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Abaixo-assinado contra o fechamento da Escola de Música do Acre já tem mais de 2,8 mil assinaturas     

O abaixo-assinado de artistas pela manutenção da Escola de Música do Acre chegou na tarde desta segunda-feira (26) à marca das 2,8 mil assinaturas coletadas pela internet.  

O documento pede ao governador do Acre, Gladson Cameli, que evite incorporar a Escola de Música ao programa de Escola Vocacionada. O risco de extinção da EMAC é grande, dizem os mobilizadores. 

A Secretaria de Estado da Educação negou que a Escola Vocacionada irá acabar com a Escola de Música mas os mobilizadores querem a EMAC no formato em que foi criada – formando músicos dentro de uma estrutura específica e exclusiva.  

Políticos como o senador Jorge Viana assinaram a petição.  

Inaugurada em 2010 e criada através do Decreto Governamental n° 4.283 de 13 de julho de 2012, publicado em Diário Oficial do Estado nº 10.843 de 17 de julho de 2012 a EMAC foi fruto de intensas mobilizações por parte do movimento cultural acreano, em pactuação com a gestão pública da cultura, através da participação na construção de políticas públicas voltadas para a cultura em fóruns, conferências e debates. 

O espaço, administrado inicialmente pela Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), é adaptado especificamente para o ensino da música, com auditório, salas e estúdios para estudo individual adequados à realização de cursos com foco na capacitação e formação musical, não tendo espaços específicos para o desenvolvimento do ensino em outras artes, visto que essas também necessitam de ambientes adequados às suas práticas. 

A EMAC se tornou referência no que se refere ao ensino da Música no Acre, tendo contribuído na formação e na sensibilização de mais de 4.000 crianças, jovens e adultos, certificando cerca de 2.000 pessoas, que tiveram acesso às atividades oferecidas de forma totalmente gratuita. Além disso, trata-se de um espaço que garante emprego e renda para os profissionais da música que lá atuam. 

Em 2019, através do Decreto nº 2.338, a EMAC passa a ser administrada pela Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes, na intenção de garantir melhores condições de funcionamento, porém sem perder sua finalidade voltada ao ensino da música. Portanto, muito nos surpreendeu, a nós, músicos acreanos, quando fomos informados, através da imprensa, de uma mudança radical no modelo da EMAC, sem a devida pactuação com o movimento cultural/musical e a sociedade civil, seja através de uma consulta pública ou através de apreciação prévia do Conselho Estadual de Cultura. 

“Ressaltamos que o projeto da escola vocacionada possui méritos, porém acreditamos que existem outras alternativas de espaços para sua implantação, inclusive utilizando prédios de escolas regulares que se encontram ociosos e que teriam melhores condições de abrigar esse projeto de forma mais adequada, não sendo necessário, dessa forma, utilizar-se da estrutura física da EMAC preservando assim sua finalidade de ser um espaço destinado exclusivamente ao ensino da música no Estado do Acre”, diz o movimento.  

 

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