fbpx

O implacável teste das urnas: o olhar do Crica sobre a candidatura de Mailza, que precisa aprender a jogar o jogo

Que a vice-governadora Mailza Assis (PP) mostrou ser honrada na função que ocupa, isso nem entra em discussão. Está sendo extremamente ética. A vice ideal. É candidata a governadora em 2026, o que parece ser verdadeiro. Pode disputar o cargo no mandato e com a caneta na mão (Caso o Gladson dispute o Senado). Este não é o problema. A principal barreira que terá de enfrentar será a urna eletrônica. Explica-se: foi senadora e hoje é vice-governadora, sem nunca ter o seu nome sendo submetido de forma individual ao voto secreto e universal. Todos os cargos relevantes que ocupou e ocupa foi por estar agregada a um projeto. Em 2026 será diferente, é a sua cara que estará livre para os tapas. O primeiro passo para conquistar as urnas é ser mais simpática — a timidez não é uma boa companheira para quem quer ser candidata a governadora; outro ponto negativo que precisa transpor é o de não se comunicar bem. Se comunica muito mal. Demonstra ter um terror de dar entrevista à mídia. Também, deve sair daquele seu mundinho religioso e ampliar alianças com outros segmentos. E saber, também, como sua candidatura será registrada em aceitação nas pesquisas. E ouvir menos as suas “comadres”. O poder pode muito numa eleição, mas nem sempre pode tudo. O jogo para governador não é de amabilidades, mas de chutes na canela. A Mailza precisa aprender a jogar o jogo.

NOTA VERMELHA

Num debate de ontem entre jornalistas de renome nacional que cobrem os trabalhos dos parlamentares federais, foi apoiado por unanimidade que este, é um dos piores Congressos dos últimos anos. Argumento: os parlamentares se dedicaram a pressionar o governo federal para trocar o voto em projeto pela liberação de emendas parlamentares.

OPERAÇÃO DESIDRATAÇÃO

Há em curso dentro do governo um movimento claro para desidratar a candidatura do senador Alan Rick (UB) ao Palácio Rio Branco. O Alan precisa ampliar suas alianças políticas sem pudor; hoje se limita ao deputado federal Roberto Duarte (REPUBLICANOS) e ao carregador de pasta Jairo Cassiano. Pouco, pouco.

BRIGA DE FOICE
Dois empresários pesos pesados do estado devem travar uma disputa dura -equivalente a uma briga com foice – no início do próximo ano, pelo comando da mina de ouro que é o fornecimento de insumos para o SAERB. A disputa não será pacífica. A briga embute promessa de campanha.

USO DO CACHIMBO

Tudo caminha para o desfecho do PP virar novamente um puxadinho do prefeito Bocalom. Foi assim na disputa municipal, quando foi forçado a indicar o vice na chapa do PL. E pode se repetir agora, abrindo para o Boca fazer o presidente da Câmara Municipal de Rio Branco. No PP, o uso do cachimbo, lhe deixou a boca torta.

LEI DA MOTOSSERRA

Está no STF o pedido da PGR para derrubar as leis graciosas aprovadas na ALEAC, que liberava sem burocracia as licenças para a motosserra transitar de porteira aberta colocando a floresta no chão. A matéria vai levar um pau no STF.

PARTIDO SEM DONO

O único partido que conheço sem dono no Acre, é o MDB, onde todas as decisões passam antes pelo colegiado dos cabeças brancas. O saudoso Flaviano Melo, foi derrotado várias vezes nos debates e tinha de aceitar. Nabor Júnior, quando montou seu secretariado submeteu os nomes ao crivo dos votos da executiva regional. O MDB é um partido sem dono. A ordem não vem de cima para baixo.

LOBA NO PT

O senador Alan Rick (UB) é um bolsonarista radical, declarado de direita; mas sabe como poucos navegar nas águas adversárias. Ou não teria trazido o ministro Valdez Góes, do governo Lula, para um ato de projeção do seu mandato de senador. Alan deu um loba no PT.

NÃO TEM ESPAÇO VAZIO

Quem era para fazer o papel de trazer ministros do Lula ao Acre, era o ex-senador Jorge Viana; mas esse só se preocupa em concluir a sede da APEX, em Brasília; e com o seu cafezal em Rio Branco. O Alan faz a festa.

O MÍNIMO A FAZER

O governo do Lula está liberando 16 milhões de reais para a recuperação das estações de tratamento de água de Rio Branco. Espera-se que o prefeito Tião Bocalom seja ao menos litúrgico para reconhecer que, sem a ação do governo federal, Rio Branco entraria num colapso do abastecimento de água. Não vou me admirar, também, se for omisso.

NEM LEMBRADO

O deputado Afonso Fernandes, presidente do SOLIDARIEDADE, caiu de cabeça na campanha do Tião Bocalom para a prefeitura de Rio Branco. Tem representantes com mandatos em outros municípios. Mas não foi chamado pelos que estão no poder, nem para receber um obrigado. Bocado comido, bocado esquecido – diz o ditado.

BARREIRA POLÍTICA

O secretário de Esportes, Ney Amorim (PODEMOS), tem uma base política fiel. Vem de duas derrotas seguidas para o Senado, mas foi bem votado. O seu desafio é montar chapa própria do seu partido (não existe mais coligação proporcional) para lhe garantir um mandato de deputado federal, na eleição de 2026. O problema é quem queira ser candidato para servir de escada para a sua eleição.

FALTA NOME

O MDB sonha com a possibilidade de ter um candidato próprio ao governo em 2026. Mas, quando acorda do sonho, ele cai na real de não ter um nome, com potencial para encarar a disputa com chance de ganhar a corrida palaciana.

PROBLEMA A RESOLVER

A partir de janeiro o prefeito Tião Bocalom passará a ser assediado pelos vereadores derrotados, que vão querer manter seus afilhados na prefeitura; e pelos atuais, que vão querer cargos para o seu pessoal. É pouco pirão, para muitas bocas.

ETERNOS, SÓ OS DIAMANTES

Ao longo da minha atividade de décadas no jornalismo político já vi quem estava no poder ser carregado nos ombros, abraçado, beijado, enfim; no auge da popularidade. Depois da perda do mandato encontrei os mesmos personagens reclamando do abandono e da solidão. Quem se encontra no poder, lembre-se sempre: O fim do poder afasta os amigos e admiradores.

PORTA ABERTA

Conversei ontem com um importante cabeça branca do MDB, sobre a eleição de 2026, e ouvi: “O partido não fechou com ninguém para o governo e está aberto ao diálogo”.

SEM DOBRADINHA

O senador Sérgio Petecão (PSD) descartou ontem fazer qualquer dobradinha com Jorge Viana (PT), para a disputa do Senado em 2026. “Não tem essa conversa de dobradinha, é cada para seu lado, seremos adversários”, disse ao BLOG.

FRASE MARCANTE

“Todo mundo quer comer na mesa do governo, mas ninguém quer lavar os pratos”. William Faulkner.

Neste artigo