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Estresse pode mesmo deixar o cabelo branco? Entenda

Quem nunca ouviu a expressão “fulano me deixa de cabelo branco”? Os fios brancos sempre foram um sinônimo de estresse, além de representar o claro e natural envelhecimento. De acordo com a medicina, esta relação é real, e o grande culpado é o cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”.

“O problema é representado pelas constantes descargas de cortisol, o hormônio do estresse, na corrente sanguínea. Uma pessoa que sofre com estresse recorrente tem mais riscos de ser afetada por esses sintomas físicos, que podem incluir envelhecimento da pele e, também, a mudança repentina na cor do cabelo, fazendo com que mais fios fiquem grisalhos”, explica a médica Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O fenômeno que causa o branqueamento dos fios é chamado de canície, e possui duas causas:

  • Parada de produção de melanina (o pigmento que dá a cor para os cabelos) pelas células responsáveis por produzi-lo (melanócitos);
  • Falha na transferência do pigmento produzido para dentro do fio do cabelo, o que ocorre pelos danos às células pelo estresse oxidativo.

Estrutura do fio

Os folículos capilares contém melanócitos, células que produzem pigmentos. À medida que envelhecemos, o número de melanócitos diminui e nosso cabelo começa a ficar grisalho e, eventualmente, branco, explica a dermatologista.

“Com o envelhecimento, também há um acúmulo de peróxido de hidrogênio na raiz, e isso também pode levar à diminuição da pigmentação”, diz a médica.

O que pode deixar o cabelo branco

A idade exata em que ocorre o envelhecimento dos cabelos é predeterminada pela genética. No entanto, maus hábitos (como fumar ou má nutrição) podem agravar a taxa de mudança de cor do cabelo. Além disso, condições de saúde como anemia, deficiência de vitamina B ou doenças da tireoide também podem acelerar o processo.

Além disso, o estresse também pode deixar o cabelo grisalho. “Pesquisas sugeriram que o estresse pode afetar o sistema nervoso simpático e as mitocôndrias das células, causando envelhecimento por diferentes mecanismos. Os hormônios do estresse podem afetar a sobrevivência dos melanócitos em nossos cabelos”, afirma Lilian.

No entanto, são necessários mais estudos para elucidar a ligação entre o estresse e os cabelos grisalhos. “Em vez disso, existem apenas alguns pequenos estudos que mostram que pode ser um dos muitos fatores que contribuem para esta mudança de cor”, acrescenta a especialista.

Apesar disso, sabe-se que o estresse pode contribuir para o envelhecimento dos cabelos, pois leva a danos oxidativos que podem causar danos às células produtoras de pigmentos, levando à produção de menos melanina.

Vale destacar ainda que, no campo capilar, o estresse é mais reconhecido como um fator de risco para a queda de cabelo do que para a canície. Este tipo de queda de cabelo, conhecido como eflúvio telógeno, ocorre quando alguém sofre estresse físico ou mental.

“O estresse pode fazer com que um grande número de fios de cabelo fique sincronizado e caia mais do que o normal a que você está acostumado. A boa notícia é que esse tipo de queda de cabelo é reversível e eventualmente o cabelo volta a crescer”, comenta Lilian.

Dicas para aceitar – e cuidar – do cabelo branco

Para quem decidir abraçar os novos fios prateados, uma das melhores maneiras de cuidar deles é com produtos que focam na hidratação. “Muitas pessoas percebem que a textura do cabelo muda à medida que o cabelo fica grisalho, ficando o cabelo mais áspero e seco. Por isso, é importante usar shampoos menos agressivos e bons condicionadores para devolver a umidade à haste capilar. O paciente também pode recorrer a produtos com pigmentos azuis para suavizar o acobreado e os tons amarelos”, explica a médica.

Por fim, a médica ressalta que ter cabelos grisalhos não é uma coisa ruim. “É uma parte normal do processo de envelhecimento e não precisa ser corrigida. É interessante ver que as pessoas realmente adotaram os cabelos grisalhos recentemente. Penso que isto não é apenas uma tendência, mas uma mudança de paradigma que realmente fala da nossa aceitação da beleza em todas as suas formas e, principalmente, à medida que envelhecemos”, finaliza.

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