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‘Urubu na janela e brigadeirão’: entenda o caso do empresário morto no Rio

Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o namorado, Luiz Marcelo Ormond, segue foragida. O empresário foi encontrado morto no dia 20 de maio.

Confira o que se sabe sobre o caso:

O crime

Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento dele e acionaram a polícia.

O corpo do empresário foi encontrado no sofá da residência. O imóvel fica localizado no Engenho Novo, na zona norte do Rio.

Ormond havia sido visto pela última vez no dia 17 de maio. Câmeras de segurança registraram o momento em que ele e Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que seria namorada da vítima, deixam a piscina do condomínio e entram no elevador. As imagens mostram que ele segura um prato e ela uma cerveja. Em determinado momento, eles se beijam.

Conforme o laudo do Instituto Médico Legal, o homem morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte foi inconclusiva. As informações são do RJTV, da TV Globo.

Júlia teria permanecido no apartamento da vítima por dias. Para o delegado Marcos Buss, o caso é “aberrante” e evidencia extrema “frieza”. “Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima com o cadáver por cerca de três a quatro dias. Lá, ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, descido para a academia, se exercitado”, disse.

Para a polícia, o crime foi premeditado. “Nos parece que ela já estava dopando ele há algum tempo, e em determinado momento resolveu ceifar a vida dele para poder colocar em prática o plano criminoso e atingir o objetivo que seria pegar os bens dele”, acrescentou o delegado.

Júlia presta depoimento

Dois dias após o corpo ter sido encontrado, Júlia prestou depoimento. Na ocasião, ela disse que foi embora no dia 20 de maio após uma briga com o namorado, disse que o homem estava bem e que teria feito café da manhã para ela.

Ela também contou que o empresário teria aberto uma conta conjunta nos nomes dos dois. Imagens analisadas pelos agentes mostraram a mulher indo ao condomínio buscar o cartão dessa conta, entregue por correspondência, quando o namorado já estava morto.

Trechos do depoimento foram exibidos neste domingo (2) pelo Fantástico. Nas imagens, Júlia aparece sorrindo ao relatar detalhes da convivência do casal. “Ele me comprou um buquê. Aí eu falei assim: ‘Tu não tem que me comprar nada que eu não sou sua mãe'”, disse ela sorrindo ao delegado.

Júlia passou a ser suspeita durante depoimento. Ela falou com a polícia em 22 de maio. De acordo com o delegado Marcos Buss, naquela ocasião, a investigação ainda não trabalhava com a hipótese de homicídio, mas ainda assim de morte suspeita. Durante a oitiva, Júlia passou a ser considerada suspeita, e um mandado de prisão foi solicitado à Justiça em seguida.

‘Urubu na janela’ e ‘brigadeirão envenenado’

Júlia, que é suspeita do crime e está foragida, chegou a dizer que havia “um urubu na janela”. Ela teria enviado mensagens se queixando do cheiro que o corpo em decomposição exalava. A informação foi repassada à polícia em depoimento pela cigana Suyaney Breschak, presa por supostamente ter ajudado Julia a se desfazer dos bens do namorado.

“Brigadeirão envenenado”. Cigana também contou em depoimento que a namorada da vítima o teria matado com um doce envenenado. Ainda segundo Suyaney, Julia seria garota de programa e tinha uma dívida de R$ 600 mil com ela.

Cigana confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e carro do empresário foi vendido por R$ 75 mil. Os policiais descobriram que o veículo foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido.

Homem que comprou bens do empresário foi preso em flagrante por receptação. Ele chegou a apresentar um documento escrito à mão, que disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Com ele também foram encontrados o telefone celular e o computador de Ormond.

Testemunhas desconfiaram de mensagens

Pelo menos três pessoas ouvidas pela polícia sobre a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond afirmam que receberam mensagens atípicas do número do empresário. A polícia desconfia que as mensagens tenham sido enviadas pela namorada da vítima e principal suspeita do crime, Júlia.

Há imagens de câmera de segurança do elevador que mostram Júlia com dois celulares na mão. A polícia desconfia que um deles seja o do empresário morto. Ela teria mandado mensagens para amigos da vítima se passando por ele depois que ele já estava morto.

Reservado e prestativo: quem era empresário morto

Primo do empresário, Bruno Luiz Ormond, 50, disse ao UOL que “Marcelinho”, como era mais conhecido, costumava ser mais reservado, principalmente após a morte da mãe, há cerca de um ano.

Bruno contou ainda que ele não teve muitas ex-namoradas e que a suspeita se reaproximou dele justamente em um momento de maior vulnerabilidade — eles já se conheciam. A vítima não tinha irmãos e nem filhos.

Marcelinho vivia da renda do aluguel de apartamentos, segundo Bruno, o que teria atraído ainda mais a suspeita, de acordo com ele.

A vítima também era muito prestativa e responsável, de acordo com o primo. Marcelinho passava boa parte do tempo ajudando uma das tias dele, que mora em Copacabana, no Rio.

Bruno conta ainda que, alguns dias antes de morrer, o primo estava se queixando de problemas de saúde. “Ele se queixava por estar se sentindo com tontura e sem enxergar direito. Ele sabia que não estava bem”, disse.

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