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Em meio à pandemia, isolados fazem contato com aldeia Kulina no Acre

Em meio à crise da pandemia do novo coronavírus que tem afetado diretamente aldeias de povos tradicionais pelo Brasil, um grupo de indígenas isolados foi visto em contato com a aldeia Terra Nova, na fronteira do Acre com o Peru, onde vivem os Kulina Madiha do rio Envira.
Em relato ao jornal Globo, o cacique Cazuza Kukina disse que há quase uma semana, um indígena apareceu na aldeia e permaneceu no local durante a noite na casa de um morador, e no dia seguinte, vários homens, mulheres e crianças chegaram à aldeia.
Esse contato que é bastante incomum, preocupa especialistas, devido à ausência de memória imunológica desses povos, para resistir a simples doenças como a gripe, que pode dizimar toda uma aldeia em questão de dias, sem contar do risco de contraírem o novo coronavírus.
A área onde vive o povo tradicional, Kulina Madiha, é um dos pontos da região amazônica sem barreiras sanitárias e fiscalização do governo federal, o que potencializa o risco de transmissão de doenças como a covid-19.
Os kulina sentem a ausência de agentes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). A região que ocorreu o contato é uma das áreas apontadas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil(Apib) no documento entregue à Sala de Situação criada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para debater o avanço da covid-19 e a ameaça aos povos indígenas isolados durante a pandemia.
“Se eles tiveram contato, mínimo que tenha sido, já podem estar contaminados, não precisa nem levar roupa, basta uma tosse, um espirro. E nem falo de coronavírus, falo de gripe simples.  Eles podem morrer em 24 horas.”, disse o ex-presidente da Funai Sydney Possuelo, sobre a situação dos indígenas.
Ao entrar em contato com a Funai, o órgão diz que ainda apura o caso. De acordo com o eles, uma “equipe está no local para qualificar as informações e que tem atuado para evitar qualquer risco de contágio a essas populações”.
Fonte: O Globo
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