Rio Branco, rezam as mais antigas lendas, sempre foi a capital do Acre. Sena Madureira chegou a ser objeto de intensa mobilização federal para que sediasse os departamentos mas na condição de principal centro financeiro, corporativo e mercantil do Acre –e por muitas outras conspirações positivas, entre elas a escolha do Rio Acre como rota de arrecadação dos tributos da borracha para a Bolívia em detrimento do Rio Purus –Rio Branco manteve-se na condição de referência política-administrativa da região.
E neste dia 28 de dezembro, a capital de todos os acreanos completa 136 anos de fundação, a segunda capital mais antiga da Amazônia, perdendo apenas para Manaus. Trata-se de uma cidade cheia de desafios mas repleta de oportunidades para a inovação e a melhoria do desenvolvimento humano. Sua população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é de mais de 401 mil habitantes, fazendo de Rio Branco a sexta cidade mais populosa da região Norte do Brasil. Sua área territorial é de 8 834,942 km², sendo o quinto município do estado em tamanho territorial. De toda essa área, 44,9559 km² estão em perímetro urbano, o que classifica Rio Branco como sendo a 62ª maior do país.
Os escritos indicam que o povoamento da região de Rio Branco se deu no início do século 19, com a chegada de nordestinos. O desenvolvimento do município ocorreu durante um grande período dado pelo Ciclo da Borracha. Nesta época, ocorreu ainda uma miscigenação da população, com traços do branco nordestino com índios Kulinaã, sendo que houve também influência de povos vindos de outras regiões do mundo, como turcos, portugueses, libaneses e outros. “Rio Branco sempre teve um ar cosmopolita, com gente falando inglês, italiano, espanhol ou árabe em suas ruas”, relata o historiador Marcos Vinicios.
A capital ganhou este nome em homenagem a José Maria da Silva Paranhos Júnior, que tornou-se conhecido pelo seu título de nobreza: Barão do Rio Branco. Antes estabelecida no Seringal Volta da Empresa, a prefeitura teve sua sede transferida em 1909 para onde se localizava o Seringal Empreza, fundado em 28 de dezembro de 1882, pelo cearense Neutel Maia.
Em 1912 a Vila Pennapolis, que se chamava assim em homenagem ao então Presidente do Brasil, Afonso Pena, teve seu nome alterado para Rio Branco, em homenagem ao diplomata que anexara o Acre ao Brasil.
Maia fundou o seu primeiro seringal, Seringal Volta da Empresa, à margem direita do rio Acre, ao longo da grande curva do rio, onde ainda hoje está a gameleira – no local em que hoje se encontra o Segundo Distrito. Os anos se passaram e muita coisa aconteceu até que em 13 de junho de 1909, o então prefeito do Departamento do Alto Acre, coronel Gabino Besouro, mudou a sede da Prefeitura para a margem esquerda do rio Acre, onde hoje funcionam os principais órgãos públicos como o Palácio do Governo, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa e Palácio das Secretarias, nas terras do Seringal Empresa, recebendo o nome de Penápolis (em homenagem ao então Presidente Afonso Pena) , onde a terra era mais alta, não sujeita às alagações do rio Acre. Foi uma instalação definitiva.
Lideranças comemoram data
Em 1910, o prefeito Leônidas Benício de Melo, assinou uma resolução criando o município de Empresa, juntando a Vila Rio Branco (no Seringal Volta da Empresa, do lado direito do rio Acre) e a localidade de Pennapolis (Seringal Empresa, do lado esquerdo do rio Acre). De forma definitiva, em 1912, os dois lados da cidade passam a se chamar “Rio Branco”, em homenagem ao Barão de Rio Branco, chanceler brasileiro cuja ação diplomática resultou no Tratado de Petrópolis. Em 1920 o município de Rio Branco passa a ser a capital do então Território do Acre e em seguida do Estado.
Vereadores e lideranças da capital destacaram a importância do aniversário de Rio Branco. “Esta cidade tem toda uma história. Me orgulho de ser rio-branquense e me orgulho de fazer parte de um grupo de chefs que fazem a gastronomia a partir dos nossos sabores. Parabéns a todos os acreanos”, disse o chef Deocleciano de Brito, ganhador de vários prêmios nacionais com pratos criados em Rio Branco e Embaixador da Gastronomia do Acre pelo Encontro Nacional de Chefs. “Rio Branco faz 136 anos e sempre digo que o nosso maior patrimônio é o seu povo. Um povo resiliente, que supera os desafios e busca fazer sempre o melhor, mesmo nas adversidades”, disse o vereador Rodrigo Forneck.
Falar sobre a história de Rio Branco é juntar a história da cidade e a de seus moradores. Como líder sindical e profissional, sinto-me orgulhoso de participar da história como expectador e personagem. Minha família sempre esteve presente nas lutas e melhorias por uma Rio Branco melhor. Como profissional somos a voz e olhos dos cidadãos, assim como aliados dos habitantes com suas demandas, necessidades e comemorações. Viva nossa cidade!”, comemora Victor Farias, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre e liderança comunitária.