Durante a sessão desta terça-feira (26), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Emerson Jarude (Partido Novo) trouxe à tona a situação de 10 famílias que estão acampadas em frente ao parlamento após uma reintegração de posse no bairro São Francisco, em Rio Branco. Ele criticou duramente o governo do estado pela falta de auxílio às famílias e alertou sobre os cortes no orçamento de 2025, que impactarão diretamente programas sociais, como o aluguel social.
Falta de amparo às famílias
O parlamentar destacou que as famílias, incluindo crianças, estão em condições precárias por não terem recebido apoio adequado após o despejo. “Essas pessoas querem apenas um simples aluguel social, mas até agora não tiveram acesso a esse benefício. Isso mostra o descaso do governo com os mais vulneráveis”, afirmou Jarude.
O deputado chamou a atenção para os valores destinados ao aluguel social em 2024 e o corte significativo previsto para 2025. “Neste ano, foram previstos R$ 2,2 milhões para o aluguel social, mas essas famílias não foram contempladas. Pior, o orçamento de 2025 destina apenas R$ 200 mil para esse programa, uma redução drástica que não atende sequer as 194 famílias da Terra Prometida, que já dependem desse benefício”, criticou.
Crescimento dos gastos com setores do Palácio do Governo
Emerson Jarude também expôs os aumentos no orçamento de áreas ligadas ao Palácio do Governo, contrastando com a redução em programas sociais. Ele apresentou os seguintes números: SEGOV (Secretaria de Governo): de R$ 1,7 milhão em 2024 para R$ 6,8 milhões em 2025; Gabinete da Vice-Governadora: de R$ 1,1 milhão para R$ 3,6 milhões; SECOM (Secretaria de Comunicação): de R$ 14 milhões para R$ 28 milhões e Casa Civil: de R$ 14 milhões para R$ 35 milhões.
“É inadmissível ver esses aumentos, enquanto programas que beneficiam diretamente a população, como o aluguel social, estão sendo drasticamente reduzidos. A Casa Civil, que já começou com um orçamento de R$ 4 milhões no início deste governo, agora vai para R$ 35 milhões. São gastos que atendem aos interesses do Palácio, não da população”, criticou.
Convocação para um orçamento mais justo
O deputado concluiu pedindo que os parlamentares tenham responsabilidade ao votar o orçamento de 2025. “Esse orçamento deve beneficiar a população, não os aliados do Palácio. Precisamos fazer justiça na prática, não apenas no discurso. É nosso dever garantir que o dinheiro público seja usado para melhorar a vida das pessoas, especialmente as mais vulneráveis”, afirmou.