Isso você já sabe: todo o carro zero-quilômetro traz o manual do proprietário, informando tudo o que você deve saber a respeito da sua operação e conservação, além de orientações de segurança.
O documento, que hoje pode ser baixado nos sites das montadoras ou acessado pela central multimídia do veículo, raramente é lido pelos respectivos donos – sua versão impressa, vale destacar, é um calhamaço e facilmente passa de 200 páginas.
O manual pode conter, dependendo do modelo de carro e de sua respectiva fabricante, recomendações um tanto estranhas do que você nunca deve fazer no automóvel – algumas dessas “proibições”, inclusive, podem acarretar a perda total ou parcial da garantia, caso não sejam respeitadas.
É verdade que, para a proteção da fabricante em eventuais processos judiciais, algumas dessas bizarrices são aparentemente óbvias, como não transportar passageiros dentro do porta-malas.
Veja quatro exemplos.
1 – Não instalar tampa do tanque de marca paralela
No caso específico do Ford Ka, eventuais danos ao sistema de combustível podem levar à perda da garantia, caso a concessionária constate que estejam relacionados à instalação de tampa do tanque não original.
Veja o que diz o respectivo manual: “A garantia pode ser anulada por qualquer dano ao tanque de combustível ou sistema de combustível se não for utilizado uma tampa do tanque de combustível correto original Ford”.
A mesma coisa vale para o filtro de ar do motor: “: Deixar de usar o elemento de filtro de ar correto pode resultar em danos graves ao motor. A garantia poderá ser anulada por qualquer dano ao motor se o elemento de filtro de ar correto não for usado”.
2 – Não contratar funilaria fora da concessionária
Em caso de batida, é comum realizar o reparo do automóvel em uma oficina independente. Muitas seguradoras, inclusive, têm parceria com empresas do tipo.
Porém, essa prática, geralmente adotada para reduzir os custos do serviço, pode anular a garantia contra perfuração por corrosão.
O manual do Volkswagen Gol traz essa informação:
“A garantia contra perfuração por corrosão não terá validade para os veículos que forem direcionados para serviços em oficinas que não pertençam ao grupo de concessionárias Volkswagen”.
A montadora orienta, antes de contratar uma apólice de seguro, a verificar a relação das oficinas credenciadas em caso de necessidade de reparo.
3 – Não acionar vidros elétricos ao mesmo tempo
Especialmente em dias mais quentes, quem nunca abriu os quatro vidros elétricos ao mesmo tempo?
De acordo com o manual do Hyundai HB20, o hábito não é recomendado para o hatch compacto.
“Para evitar possíveis danos ao sistema dos vidros elétricos, não abra nem feche dois ou mais vidros ao mesmo tempo. Isso também assegura a longa duração do fusível”, recomenda o documento.
Outra orientação é “nunca” acionar um dos vidros elétricos por meio do interruptor do motorista enquanto o passageiro abre ou fecha o mesmo vidro no sentido oposto.
Essa é uma situação que dificilmente acontece no mundo real, mas está lá para quem quiser ler:
“Nunca tente acionar o interruptor principal da porta do motorista e o interruptor do vidro individual em posições opostas ao mesmo tempo. Se isso for feito, o vidro será travado e não poderá ser aberto nem fechado”.
4 – Não usar cinto em duas pessoas ao mesmo tempo
Essa orientação parece desnecessária, mas está presente na maioria dos manuais do proprietário: o cinto de segurança só pode ser usado por uma pessoa de cada vez, sob pena de perder a eficácia em caso de colisão do automóvel.
Ou seja: nada de afivelar o cinto com uma criança no colo, por exemplo.
O manual do Fiat Argo deixa isso muito claro.
“Cada cinto de segurança deve ser utilizado só por uma pessoa: não transportar crianças ao colo dos passageiros utilizando os cintos de segurança para a proteção de ambos. De modo geral, não apertar nenhum objeto à pessoa”.
Fonte: UOL