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Situação crítica: uma capital da Região Norte piora no tratamento de esgoto

Por: O Povo Amazonense

Milhares de brasileiros ainda vivem em condições precárias de saneamento básico, como é o caso de Rio Branco, capital do Acre. Município da região Norte com aproximadamente 365 mil habitantes, onde quase 170 mil não têm acesso à água potável e cerca de 290 mil vivem sem coleta de esgoto. Ao analisar o índice de tratamento de esgoto, o cenário se torna mais preocupante: somente 0,72% do esgoto gerado é tratado. Nos últimos cinco anos, Rio Branco apresentou um retrocesso de 32,33 pontos percentuais nesse serviço básico.

De acordo com os dados presentes no estudo “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024”, Rio Branco foi a capital com maior redução no índice de tratamento de esgoto entre 2018 e 2022. Em 2018, o índice era de 33,05%, mas caiu drasticamente para 0,72% no ano de 2022.

Quadro 1 – Evolução do tratamento de esgoto nas capitais, 2018-2022

Além disso, no Ranking do Saneamento 2024 – estudo que ranqueia os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país – Rio Branco figura entre as piores, ocupando a 97ª posição.

O acesso aos serviços saneamento, especialmente de coleta e tratamento, são essenciais para garantir a saúde da população, reduzindo internações e óbitos devido a doenças associadas à falta do serviço. Segundo uma pesquisa do Trata Brasil sobre os benefícios da universalização do saneamento no Acre, entre 2021 e 2055, a universalização do saneamento no estado pode gerar uma economia de até R$ 156 milhões em custos de saúde, devido à redução de doenças de veiculação hídrica e ao menor afastamento de trabalhadores por questões de saúde.

Para melhorar sua infraestrutura de saneamento e oferecer condições dignas à população, Rio Branco precisa aumentar significativamente os investimentos no setor. Atualmente, a capital do Acre destina apenas R$ 30 por habitante ao saneamento, enquanto a média ideal seria de R$ 231,09 por ano. O Novo Marco Legal do Saneamento Básico estabelece que até 2033, 99% da população tenha acesso à água potável e que 90% tenha coleta e tratamento de esgoto.

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