e A Seleção Acreana de Kung Fu Wushu desembarcou de Brasília (DF) com três medalhas conquistadas no 34º Campeonato Brasileiro de Kung Fu Wushu, na modalidade Sanda, conhecida popularmente por boxe chinês, que ocorreu na capital federal entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro. Foram duas medalhas de ouro e uma de prata. Agora, a preparação é para o mundial.
Um dos títulos mais importantes foi conquistado pelo atleta Kennedy Ferreira. Descoberto em um projeto social há 12 anos, fez três lutas com nocautes, sendo que na última o seu concorrente desistiu. Assim, ele permanece com o título de tricampeão brasileiro em sua categoria.
Enoque Kennedy Fragoso Lopes Ferreira é campeão na categoria Adulto Masculino 85 kg, atualmente tricampeão brasileiro e segue sendo o número 1 do ranking nacional em sua categoria. Em suas redes sociais, ele comemorou: “Vamos em busca de mais e vamos buscar esse mundial nos punhos”, comemorou.
Já Rafael Fernandes Ferreira Melo, venceu por WO na categoria Infantil Masculino de 56 kg, sendo campeão brasileiro. Já Lukas de Sousa foi vice-campeão na categoria Juvenil Masculino de 70 kg. O atleta Nemias Eduardo, da categoria Adulto Masculino até 65 kg, representou também o estado, mas não conseguiu alcançar a vitória.
A preparação da equipe durou cerca de três meses, com um rigoroso treinamento que incluiu suplementação, fisioterapia, apoio psicológico, nutricional e fortalecimento físico. Todo esse trabalho foi realizado com o objetivo de formar campeões que possam representar o Acre em eventos de relevância nacional, com apoio de diversos profissionais.
Acre no topo
Para Adgeferson Diniz, presidente da Federação Acreana de Kung Fu Wushu e técnico da seleção acreana, a participação do Estado nesse campeonato reafirma o compromisso com o crescimento do esporte no estado e a busca pela excelência em competições nacionais. Na avaliação geral, ele diz que o Acre se manteve em uma posição de destaque e agradeceu o apoio de todos.
“A nossa participação no 34º Campeonato Brasileiro foi de 90% de aproveitamento. Trouxemos duas medalhas de ouro e uma de prata. A nossa participação principal foi com o Kennedy, que conseguiu se consagrar tricampeão do Campeonato Brasileiro, fazendo três lutas. As duas lutas principais que ele fez foi por nocaute, e na final o atleta da Paraíba estava machucado e não quis lutar com o Enoque”, contou.
Agora o foco, segundo o preparador, é para o campeonato mundial, para que o atleta possa continuar elevando o nome do Acre nessa modalidade.
“Estamos muito contentes com o resultado. É muito gratificante elevar o nome do nosso estado e dar continuidade a esse trabalho, que vem cada vez mais crescendo, que é essa modalidade, que é o kung fu, o boxe chinês do nosso estado. Os próximos desafios são a preparação para a disputa das vagas para o campeonato mundial e os atletas de categoria básica são Rafael e Luciano. Eles devem ir para a seleção brasileira disputar a vaga para ser o número um do ranking da sua categoria”, explica.
Apoio da Seel
O resultado também demonstra os incentivos dados ao esporte pelo governo do Estado. A Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer do Acre (Seel) comprou as passagens aéreas para os atletas participarem da competição.
O secretário Ney Amorim esclarece que a Seel vem passando por uma reestruturação, desde que foi desmembrada da Secretaria de Educação, o que tem demandado alguns ajustes durante o período de transição.
“A forma que melhor conseguimos apoiar os atletas foi pela aquisição de passagens aéreas. Já aconteceu de conseguirmos apoiar com hospedagem e material para treino também, mas nosso objetivo é realizar o planejamento e execução da Secretaria de Esportes e Lazer, de forma que possamos fazer dela a casa dos atletas acreanos, apoiando-os da forma que precisarem”, garante.
Questionado sobre o Acre ter atletas em competições importantes que elevam o nome do estado nacionalmente, ele diz que esse é um recado importante que o poder público passa aos seus jovens.
“Ver o potencial e o talento esportivo dos atletas acreanos abraçando nossa bandeira não apenas Brasil afora, mas no mundo, faz aquelas crianças e adolescentes de periferia, como eu fui um dia, sentirem que podem alcançar seu sonho, se acreditarem e se dedicarem a isso, sendo muitas vezes essa a oportunidade de sair do estado de vulnerabilidade em que se encontram. É bom também para que a sociedade acreana se sinta representada no país”, observa.