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A balsa, sua história e o choro do surubim: a análise do Crica sobre o pós-eleição no Acre

MUITOS falam sobre a “Balsa para Manacapuru,” sem conhecer como surgiu esta peça cômica da política acreana. Vamos esclarecer. Conheço de perto. Vi seu nascedouro. Seu criador foi o cronista e advogado Aloisio Maia, meu colega de redação do jornal O RIO BRANCO, nos idos de 1979 em diante – numa equipe que tinha José Chalub Leite como Editor- Chefe; Eu, na Editoria de política; Eduardo Mansour, que escrevia uma coluna sobre o esporte; como colunistas sociais tinham Marlize Braga e Aderbal Maximiniano Correia; Ely Assem de Carvalho, que cobria a área esportiva; o Sargento Aflopes – com sua coluna sobre o cotidiano da cidade; e o Chico POP, com uma coluna sobre arte, cultura e movimentos da contracultura. A “Balsa para Manacapuru” foi uma forma mais humorística criada pelo Aloísio para tirar sarro dos derrotados na política. No tempo do PTB e PSD – quem perdia a eleição e integrava os quadros do governo- era mandado para municípios distantes e ermos, como era na época Assis Brasil.

Na sua coluna de crônica semanal, Aloisio Maia, também, tinha personagens interessantes, como a “Madame Janete” – que na sua nave interplanetária bisbilhotava o que acontecia na modesta Rio Branco da época. Mas, nenhuma criação sua ficou mais famosa que a “Balsa para Manacapuru”, que era onde, hipoteticamente, embarcavam do Porto da Gameleira, os que perdiam a eleição e iam escutando o “choro do surubim” até a chegada no porto da cidade amazonense. Usava o termo o “Choro do Surubim,” porque, como pescador que era; retratava um gemido tipo um choro ou grunhido, que o peixe da espécie surubim, emite quando é tirado da água para ser colocado na canoa do pescador.

A Balsa não tem dono ou passageiro cativo, ela é eclética; como a política, vive de ciclos, seus passageiros mudam a cada eleição. A Balsa passou 20 anos transportando os adversários do PT. Hoje, é o PT, que vem sendo passageiro constante da Balsa, por várias eleições. Como a política não é estática, o poder não é eterno, e vive de ciclos, não é de se admirar que, os que estão no poder não possam ser passageiros futuros da humorística viagem e acomodados na penosa viagem da Balsa para Manacapuru. Assim, a Balsa se eternizou. E, o surubim continua chorando. Nestes tempos bicudos de ódio na política, a figura da Balsa é como um alívio nas asas do humor.

TEM QUE RENOVAR

O JORNALISTA Wiliandro Derze é um nome que deveria ser pensado pela direção do MDB, como seu assessor de comunicação. É um jovem profissional, corajoso, e se encaixa no perfil da função. É hora do MDB bater a poeira e começar a se renovar.

BEM COLOCADO

INTERESSANTE, o artigo do colunista Irailton Lima, neste site, sobre a eleição municipal. Pinço um ponto, que concordo: “..O Marcus Alexandre cândido, imaculado, bom moço e inofensivo não cabe na disputa por votos atualmente. O jogo está mais para políticos determinados, destemidos e mordedores do que para meninos de Vó que anunciam deixar Vovó. Esse erro foi fatal..”. Concordo com o autor, a passividade da campanha do Marcus, era de quem estava numa disputa sobre quem ia ser o próximo Papa. Agora, Inês é morta! O Bocalom ganhou e sua vitória tem de ser acatada e respeitada. E, a vida segue célere.

SOLUÇÃO RÁPIDA

A proteção ao prefeito Tião Bocalom se justifica, não se brinca com supostas ameaças de morte. Agora, a polícia tem de ser célere na investigação; para saber se era uma trama grave ou a fala de algum boquirroto. Em ambos os casos, o fato é grave. O resultado das investigações tem de ser rápido e com toda publicidade. A população tem o direito de saber todos os detalhes dessa história. Para que não pairem dúvidas sobre a realidade do caso.

JOGANDO COM A VERDADE

ANTES de aparecer um aspone querendo dar conotação á divulgada ameaça de morte ao prefeito Tião Bocalom, o chefe do Gabinete Militar da PMRB, Ezequiel Bino, declarou que a investigação não trabalha com o plano que a intenção do atentado tenha motivação política. Jogou com a verdade. Atentado político é fantasia.

CHAPA DOS SEM MANDATOS

PELO que ouvi ontem de uma boa fonte do PSD, o partido vai montar uma chapa para a disputa de vagas na ALEAC, só com candidatos sem mandato. Os deputados Pablo Bregense (PSD) e Eduardo Ribeiro (PSD), vão ter que procurar outro partido para disputarem a reeleição.

OUTRA HISTÓRIA

QUE a vice-governadora Mailza Assis tem todo direito de ser candidata ao governo – estará como governadora na eleição de 2026 – isso é inquestionável. A decisão é pessoal. Se vai ganhar ou não a eleição, a combinação tem que ser feita como eleitor. O resto é outra história.

É BOM LEMBRAR

PARA a vice-governadora Mailza Assis ser candidata a deputada federal – por exemplo – teria que renunciar e não assumir o governo quando o Gladson sair para disputar o Senado. É bom lembrar. E aguardar chegar em 2026.

MUITO SIMPLES

O DEPUTADO Eduardo Ribeiro (PSD) está preocupado com o bloqueio de emendas parlamentares pelo STF, sob alegação de prejuízos para o Acre. As emendas são recursos importantes, mas as suas aplicações devem ser transparentes, saber para onde foi ou vai o dinheiro. Transparência: é somente isso que o ministro do STF, Flávio Dino, exige dos parlamentares, deputado Eduardo.

NÃO DEU PARA ENTENDER

HÁ fatos que a política não explica. A candidata Gabriela Câmara tinha uma das campanhas mais arrumadas para a Câmara Municipal de Rio Branco, mas não conseguiu se eleger. Ficou na primeira suplência, com expressiva votação. Teve mais votos que muitos dos vereadores eleitos, ficou fora por causa das regras eleitorais.

PARTE DA LITURGIA

MONTAR uma equipe de transição na prefeitura de Rio Branco, é apenas um ato da liturgia administrativa. Neste caso, nem faz sentido, porque o prefeito Bocalom se reelegeu.

REPENSAR O FUTURO

QUEM deve repensar as suas decisões políticas para o futuro, é o ex-deputado Genilson Leite (PSB). Ninguém é candidato a cargo majoritário de si mesmo. Errou ao ser candidato solitário para o Senado e para a PMRB. Tem que avaliar bem a sua posição para 2026.

NINGUÉM QUESTIONOU

NA DERROTA do ex-presidente Bolsonaro houve uma chuva de negacionismo contra as urnas eletrônicas. Com a vitória do prefeito Bocalom com larga margem de votos, não houve uma contestação à lisura do processo. Inclusive, no Acre. Estranho, não é? As urnas são as mesmas.

AMPLAMENTE MINORITÁRIA

A BANCADA de oposição será minoritária na próxima legislatura da Câmara Municipal de Rio Branco. Oposição para valer, acho que este papel vai ficar mesmo restrito ao vereador eleito André Kamai (PT).

CALCANHAR DE AQUILES

NA gestão passada, o prefeito eleito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, teve como calcanhar de Aquiles o fato de grande parte das licitações terem sido vencidas por empresas de familiares. Vamos conferir em 2025, se vai persistir no erro. Se tornar a prefeitura uma extensão familiar, dará farta munição para a oposição.

NOMES PARA O SENADO

GLADSON Cameli, Socorro Neri, Jorge Viana, Mara Rocha, Márcio Bittar, Sérgio Petecão, são nomes postos até o momento como prováveis candidatos às duas vagas para o Senado, em disputa em 2026.

O ACRE RESPIRA POLÍTICA

O ACRE respira política. Mal terminou a eleição municipal e a discussão já rola nos bastidores, sobre as disputas para senador e governador, que acontecerão em 2026.

NINGUÉM FOI MAIS TRAÍDO

O SENADOR Sérgio Petecão (PSD) tem que selecionar mais onde vai aplicar as suas emendas parlamentares. A maioria esmagadora dos aliados que ajudou, lhe traiu na eleição para governador. O gato tem que ter medo de água fria.

FRASE MARCANTE

“A esperança é necessária ao coração como o sol à existência das flores”. Garcia da Cunha Matos.

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