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Rios da Bacia Amazônica registram níveis mais baixos da história

Os rios da Bacia Amazônica enfrentam secas com níveis históricos. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, as águas de rios como o Madeira, Rio Branco e o Solimões estão hoje em níveis mais baixos jamais vistos.

Nesta quarta-feira (11), por exemplo, a medição do Rio Madeira em Porto Velho, capital de Rondônia, caiu para 69 centímetros, a menor desde que começou a ser registrada há mais de meio século. O governo do Estado está distribuindo 32 mil litros de água potável para mais de 200 famílias no entorno.

Outros seis rios, dos oitos principais do Estado, também estão com o nível abaixo do registrado nesse mesmo período do ano passado, segundo o boletim hídrico estadual.

E não é só a seca. Por causa do clima, as atividades ao ar livre da Rede Pública de Ensino de Rondônia foram suspensas nesta semana.

O mesmo aconteceu no Acre. Na capital, Rio Branco, integrantes do Gabinete de Crise do governo estadual se reuniram nesta semana com pesquisadores da Universidade Federal do Acre para reforçar uma abordagem integrada com órgãos estaduais, federais e os municípios. De acordo com o cientista ambiental Foster Brown, a Universidade tem repassado os dados dos sensores de qualidade do ar instalados em todo o estado e “a tendência é que a situação se agrave”.

Já o Rio Acre atingiu 1,30 metro na capital, na manhã de quarta-feira. Muito perto da mínima histórica, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

No Estado do Amazonas, um Comitê de Enfrentamento à Estiagem está em operação desde julho, quando foi decretada Situação de Emergência nos primeiros 20 municípios. No final de agosto, foi decretada emergência em todos os 62 municípios amazonenses.

Nessa terça-feira (10), em Manaus, o presidente Lula anunciou investimento de R$ 500 milhões para garantir a navegabilidade e o transporte de cargas nos rios da bacia amazônica. O anúncio trata de quatro obras de dragagens de manutenção nos rios Amazonas e Solimões.

A estiagem também pode afetar o plantio do último trimestre. Os 9 municípios brasileiros com risco “muito alto” para o plantio em agosto estão na região Norte. Assim, como outras 33 cidades no Norte estão em “risco alto” de terem o plantio comprometido por causa da seca. As informações são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.

Além da Região Norte, a estiagem está sendo sentida em outras regiões. No Nordeste, os reservatórios das usinas de Sobradinho, na Bahia; e Xingó, entre Alagoas e Sergipe, terão a vazão reduzida por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Na semana passada, Sobradinho, por exemplo, estava com pouco mais da metade da capacidade. Também na Bacia do São Francisco, mas em Minas Gerais, a Usina de Três Marias está com nível de reservatório semelhante; mas, por enquanto, não há notícia sobre a redução da vazão.

De acordo com o governo federal, o Brasil enfrenta a pior estiagem em 75 anos. Em 2024, mais da metade do território nacional foi afetado pela seca e em um terço do país o cenário é de seca severa.

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