fbpx

Governo Federal apresenta novas ações e orientações para proteção da saúde diante das queimadas

O Brasil enfrenta uma grave crise ambiental que reúne seca extrema, crise hídrica e redução da umidade, fenômenos potencializados pelas queimadas que pioram a qualidade do ar. Nas áreas em que a população tem dificuldade de acesso à água com qualidade, por exemplo, há o risco de desidratação. Além disso, a fumaça das queimadas também contribui para promoção de doenças respiratórias.

Frente a todos esses riscos, a ministra da Saúde, Nísia Trindade reuniu nesta quarta-feira (11/9), secretários do Ministério da Saúde, representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para reforçar orientações para enfrentamento desse contexto climático.

“Temos feito reuniões diárias. Mas nesta reunião consideramos importante atualizar recomendações que o Ministério da Saúde vem realizando desde o início do acompanhamento desse processo das secas e, sobretudo, das queimadas”, afirmou a ministra Nísia Trindade. O Ministério da Saúde fez uma atualização do trabalho de monitoramento por meio da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas , estabelecida ainda em julho deste ano para planejar respostas às emergências como secas prolongadas e escassez de água.

“A partir de hoje, diante da intensificação de focos de incêndio e previsões meteorológicas que apontam piora no quadro de seca, essas reuniões diárias resultarão sempre em informes e comunicados. Além das orientações para a população, os informes já publicados pelo Ministério trazem recomendações de ações a serem implementadas pelos profissionais de vigilância em saúde ambiental”, anunciou a ministra.

A ministra Nísia também citou como iniciativa a divulgação de orientações para a proteção e monitoramento de saúde dos brigadistas florestais , profissionais que estão na linha de frente no combate aos focos de incêndio – em um trabalho coordenado com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

O Ministério da Saúde também disponibilizou a Força Nacional do SUS para visitar as regiões mais afetadas para uma avaliação de situação e apoio aos gestores tanto de estados como de municípios. Além disso, a Pasta faz o monitoramento das áreas afetadas pelas queimadas e incêndios florestais por meio da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VigiAr) . É feito, ainda, o monitoramento da qualidade da água por meio do VigiÁgua e, em colaboração com outros órgãos, orienta-se as áreas afetadas em relação ao provimento de água potável.

Recomendações
A ministra Nísia Trindade alertou que a questão das secas hoje, que se soma ao problema das queimadas, atinge 60% do território brasileiro. “Temos de trabalhar para mitigar todos os efeitos que na saúde são bastantes sensíveis, alguns de curto prazo e outros que têm que ser acompanhados, que atingem sobretudo as pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos, de maneira mais impactante”.

Nas últimas duas semanas de agosto, foi constatado um aumento significativo do número de atendimentos por náuseas e vômitos em comparação com a média histórica desde 2022. Os estados mais afetados foram Goiás (46%), Mato Grosso (58%), Distrito Federal (99%) e Tocantins (191%). As informações são da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) .

coletiva queimadas ms.jpg
Foto: Walterson Rosa/MS
Confira outras recomendações:
Para a população:

Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;
Evitar atividades físicas em áreas abertas;
Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;
Pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis aos efeitos à saúde decorrentes da exposição à poluição do ar e ao calor extremo e precisam de cuidados maiores e manutenção de consultas em dia;
Em caso de sintomas de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico.
Para os gestores:

Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;
Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;
Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);
Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;
Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental.
Saúde para a Amazônia Legal
Está em construção por todas as secretarias do Ministério da Saúde o Programa +Saúde para a Amazônia Legal, com objetivo referente à saúde do trabalhador e da trabalhadora no contexto do Manejo Integrado do Fogo, com ações estratégicas. O território da Amazônia Legal compreende o pantanal matogrossense, portanto, há relação entre o objetivo e as ações estratégicas propostas com a situação de incêndios no Pantanal no ano de 2024.

Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo
Por meio de decreto publicado nesta quarta, o presidente da República, Luiz Inácio Lula Silva, determinou a instituição do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O Ministério da Saúde é um dos órgãos que integram o Comitê. Uma das missões do grupo é propor medidas para a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo e monitorá-las periodicamente

Neste artigo