Por: JN —
Há exatamente seis meses, Brasiléia enfrentava a maior cheia da história do município: 80% da cidade estavam inundados pelo Rio Acre – que alcançou o recorde de 15,58 m. Agora, o cenário é totalmente diferente. Segundo a Defesa Civil, o Rio Acre se mantém acima de 70 cm de profundidade. No domingo (25), a medição feita indicou 69 cm – a menor cota já registrada desde o início das medições na região em 1971. Esse quadro acendeu um alerta para as autoridades sobre o perigo da escassez de água.
“Essa seca, esse problema hídrico não atinge só os ribeirinhos e os indígenas, atinge a população como um todo, porque racionamento de água não é bom para ninguém. Então, a gente precisa usar os nossos recursos com muita consciência”, afirma Liane Rocha Chaves Nicolau, secretária de Meio Ambiente de Brasiléia.
Os produtores ribeirinhos só conseguem levar a produção para Brasiléia em pequenas embarcações, o que é um desafio para o produtor rural Andrade Damasceno.
“Só não está bom para navegação, só para quem sabe. E se não souber, você fica encalhado no meio do rio. Então, às vezes, quebra a palheta. O barco fica seco e demora para sair”, diz.
Segundo a Defesa Civil estadual, não chove de forma significativa há mais de 50 dias. Sem chuvas mais intensas, os prejuízos seguem sendo contabilizados.
“Hoje, a gente tem uma estimativa de 30% da produção da zona rural que foi atingida. A cadeia mais prejudicada é o cultivo do milho e do feijão, que sofreram mais com essa seca. E, também, tem os pecuaristas, que têm sido afetados diretamente em seus pastos”, afirma Ana Kelly Monteiro Nogueira, secretária de Agricultura de Brasiléia.