fbpx

Alzheimer pode aparecer em quem tem 40 anos; veja qual é o ‘sinal número 1’

A idade é o principal fator de risco para o Alzheimer e seus sintomas clássicos começam a aparecer após os 65 anos, mas pessoas com histórico familiar costumam apresentar indícios da doença bem antes.

Segundo um estudo deste ano, dificuldades de locomoção como a perda de orientação ao caminhar podem ser um sinal característico já por volta dos 40 anos idade.

O sinal ‘número 1’ do Alzheimer

De acordo com os pesquisadores da University College London, no Reino Unido, a perda de orientação ao caminhar somada à dificuldade em compreender o espaço pode ser o primeiro sinal da doença em pacientes com potencial para desenvolver Alzheimer. Foi observado que os desafios de locomoção podem surgir anos ou décadas antes de outros sintomas, possibilitando um diagnóstico precoce.

Após conduzirem testes de habilidades de orientação utilizando capacetes de realidade virtual, os cientistas observaram que os indivíduos com maior risco de demência apresentaram os resultados mais desfavoráveis.

Espera-se que a identificação prematura de um sinal específico de Alzheimer possa ajudar as pessoas a obterem um diagnóstico mais oportuno e preciso. Como a demência não tem cura, é preciso identificar cedo a possibilidade de desenvolver o problema.

Com isso, podem até ser aprovadas drogas anti-Alzheimer, como lecanemab e donanemab, eficazes durante os estágios iniciais da doença, na eliminação de aglomerados tóxicos de amiloide no cérebro. Ou seja, de “placas senis”, consideradas uma das principais características patológicas do Alzheimer.

Ambos os medicamentos são promissores, mas ainda são aguardados mais dados para avaliar completamente seus benefícios. Até o momento, sabe-se que seus efeitos colaterais incluem a redução do volume cerebral, que é prejudicial.

Demais sinais para se atentar
Com base nessas descobertas, os cientistas da UCL esperam agora desenvolver uma ferramenta de diagnóstico que auxilie na detecção do Alzheimer em sua forma precoce. No entanto, também acrescentam que mais trabalhos são necessários para desenvolver essa tecnologia.

Enquanto esse futuro não chega, é necessário ficar atento à maneira como a doença afeta cada pessoa. Entre os sintomas iniciais comuns a se observar estão:

  • Problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho
  • Dificuldade para realizar tarefas habituais
  • Dificuldade para se comunicar (as palavras às vezes “fogem”)
  • Desorientação no tempo e no espaço
  • Diminuição da capacidade de juízo e de crítica
  • Dificuldade de raciocínio
  • Alterações frequentes do humor e do comportamento
  • Mudanças na personalidade
  • Perda de iniciativa para fazer as coisas

Conforme a doença avança, linguagem, orientação espacial, pensamento lógico e regulação das emoções, entre outras funções mentais são afetadas. Na fase mais avançada, há prejuízos motores. A pessoa tem dificuldade para ficar de pé, caminhar, engolir, controlar o esfíncter etc., tornando-se totalmente dependente.

O Alzheimer em si não mata, mas suas complicações podem. Dos primeiros prejuízos à memória até a fase avançada podem se passar 10 ou 15 anos.

Como prevenir o Alzheimer?

Coma de forma saudável: Priorize o consumo de vegetais, frutas, sementes e peixes, além de limitar açúcar, carboidratos refinados, gordura saturada e trans. Estudos indicam que a dieta mediterrânea pode ser útil para a prevenção das demências. Alguns nutrientes específicos, como ômega 3, a vitamina E e o resveratrol (presente na uva), já foram associados à redução de risco, mas não há evidências de que tomar suplementos com essas substâncias diminua a possibilidade de ter Alzheimer.

Pratique atividades físicas: Além de preservar a saúde como um todo, os exercícios também têm um papel importante para as funções cognitivas.

Tenha hábitos saudáveis: Cuide de eventuais doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, depressão e hipercolesterolemia, e vá ao médico regularmente. Durma bem, não fume e evite o consumo de bebidas alcoólicas.

Cultive o lazer e tenha uma vida social ativa: Conversar com os amigos, ter um hobby, fazer cursos e ter uma vida intelectual rica ajuda a garantir uma reserva cognitiva, o que pode adiar os sintomas se a pessoa ficar doente.

Fontes: Marcio Balthazar, neurologista da Academia Brasileira de Neurologia e professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Jerusa Smid, neurologista do Hospital da USP; e Rubens Gagliardi, professor de neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Neste artigo