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Por que os órgãos do porco são usados em transplantes em humanos?

Os Estados Unidos realizaram o primeiro transplante bem-sucedido do mundo de um rim de porco geneticamente modificado. Quem recebeu o órgão foi um homem de 62 anos que vive com doença renal crônica terminal. Similaridade de peso entre as duas espécies é um motivo.

A cirurgia, que teve quatro horas de duração, foi comandada pelo médico brasileiro Leonardo Riella. Um comunicado do Hospital Geral de Massachussetts diz que o paciente se recupera bem e deve receber alta em breve.

O procedimento é um marco para a medicina e representa um avanço para milhares de pessoas que aguardam por um transplante.

Como funciona o procedimento?

Xenotransplante é a troca de órgãos entre espécies diferentes. Diversos centros de pesquisa pelo mundo já testaram o uso de suínos geneticamente modificados para realizar o transplante, mas geralmente o procedimento é feito em pacientes que tiveram morte cerebral. Este é o primeiro em um paciente vivo.

A preferência pelos órgãos do porco para esse tipo de transplante é justificada pela semelhança do animal aos humanos, principalmente dos ríns, fígado e coração. Outra questão relevante é o desenvolvimento do porco. Os suínos alcançam a idade e peso de um adulto muito rápido, além de não serem uma espécie que corre risco de extinção.

“Duas dezenas de tentativas de transplantes de órgãos de primatas não humanos em humanos, incluindo rins, coração e fígado. Apenas um transplante de rim teve sobrevida de 9 meses e um transplante de fígado de 70 dias”, explicou o cirurgião especialista em fígado e aparelho digestivo e diretor do Instituto do Fígado Americas, Ben-Hur Ferraz Neto, para o Globo. Porém, acrescentou que todos vieram a falecer horas, dias ou poucas semanas depois.

Riscos

Entretanto existem algumas dificuldades para que o transplante tenha sucesso. Em agosto de 2017, um estudo publicado pela revista Science trouxe uma nova luz sobre o assunto. A nova técnica de edição genética “Crispr”, descoberta em 2012, permite que o código seja editado de forma precisa e muito mais barata. Com base nesta nova técnica, cientistas conseguiram inativar um retrovírus suíno e evitar que doenças sejam transmitidas.

Além da edição genética, os porcos usados em transplantes são criados em condições estéreis para evitar qualquer risco de contaminação.

Por serem animais geneticamente modificados, ele são criados exclusivamente para essa finalidade e são ajustados para evitar reações dos órgãos doados aos hormônios de crescimento humano, prevenindo uma expansão desenfreada. Esses suínos são conhecidos como “porcos de dez genes”

Por fim, mesmo em transplantes comuns, existem casos e que o corpo do paciente rejeita o órgão doado. Para isso, são administrados imunossupressores, que são medicamentos que evitam a rejeição.

Fonte: Terra

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