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Madija Kulina tem oficinas de práticas agroflorestais no Acre

A Fundação Nacional do Índio (Funai) realizou no mês de novembro, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o segundo módulo da Oficina de Práticas Agroflorestais na Terra Indígena Alto Rio Purus, localizada nos municípios de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, no Acre. A iniciativa visa construir estratégias locais para o fortalecimento da segurança alimentar, bem como das práticas agrícolas desenvolvidas nas comunidades da etnia Madija Kulina.

Caciques e agentes ambientais de 28 aldeias participaram da oficina prática para construção de viveiro e sementeira, com o plantio de 900 mudas de espécies diferentes, como açaí touceira e açaí nativo, bacaba, buriti, cupuaçu, cacau, biribá, limão, manga, graviola, ingá (ingá mirim e ingá de metro), copaíba, fruta pão, caju, patoá e abacaxi. As mudas foram obtidas por meio de de uma articulação da Coordenação Regional (CR) Alto Purus junto ao Viveiro da Universidade Federal do Acre (UFAC), do Viveiro da Floresta (Semapi) e da doação de outros viveiros de agentes agroflorestais indígenas e de particulares da região.

A CR Alto Purus e a Coordenação Técnica Local (CTL) de Santa Rosa do Purus, unidades descentralizadas da Funai na região, fizeram a entrega de mudas, roçadeiras e kits de ferramentas de plantio para os agentes agroflorestais da etnia Madija. A Embrapa distribuiu sementes de espécies e variedades de hortaliças (cenoura, alface, coentro e abóbora) para serem plantadas nos canteiros das aldeias.

Para a realização da atividade, foi elaborado um projeto de capacitação com a Coordenação de Desenvolvimento de Pessoal (Codep) da Funai, além do planejamento metodológico e logístico, mobilização das aldeias e a articulação junto aos colaboradores agrônomos, técnicos agroflorestais e intérpretes Madija convidados pela Funai para facilitação da oficina.

De acordo com a indigenista especializada do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (Segat) da Funai no Acre, Thayná Ferraz, a iniciativa mobilizou não apenas caciques e agentes ambientais de cada aldeia, mas também mulheres, jovens, idosos e crianças, envolvendo toda a comunidade em torno das práticas de plantio.

“Os Madija estavam alegres e satisfeitos com o trabalho desenvolvido coletivamente, pois aqui há pertencimento e participação ativa. Como indigenistas e servidores da Funai, também nos sentimos alegres e com esperança de ver os frutos dessas árvores plantadas sendo colhidos num futuro próximo” afirmou Thayná, responsável pelo planejamento e execução das oficinas.

“Conseguimos plantar nas aldeias Boaçu, Boaçu Novo, Santo Amaro, Maronawa e Sobral, e também no quintal da nossa Base de Vigilância na Boca do Chandless que acabamos de construir com apoio da Funai. Esse trabalho vai nos ajudar a cuidar da nossa terra e queremos continuar a fazer outros plantios como esse pra gente poder fazer isso em todas as aldeias Madija da Terra Indígena”, pontuou Mauri.

As Oficinas de Capacitação foram planejadas com base nos resultados obtidos no Diagnóstico Produtivo das Aldeias Madija da Terra Indígena Alto Rio Purus, projeto coordenado pela CR Alto Purus, em parceria com a Embrapa e apoio da Secretaria Estadual de Produção e Secretaria de Meio Ambiente e Políticas Indígenas, Governo do Acre. Apresentado em maio de 2022 no Ministério Público Federal (MPF), o diagnóstico obteve informações detalhadas acerca da segurança e soberania alimentar das aldeias, produzindo dados importantes para a formulação de um plano de ação relacionado às atividades de etnodesenvolvimento da Coordenação Regional junto aos indígenas.

Assessoria de Comunicação/Funai

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