O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai receber no período de 19 a 26 de setembro, em cinco estados, representantes de institutos de estatísticas e organizações internacionais de 19 países para participar do Observa Censo 2022. Trata-se de mais uma ação de transparência e compartilhamento de experiências, metodologias, novas tecnologias e boas práticas em geral que o IBGE vem desenvolvendo ao longo dos anos e que foram implementadas no Censo Demográfico 2022.
A vinda dos observadores internacionais é produto de uma parceria do IBGE com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. Também participam como observadores a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Centro Latinoamericano y Caribeño de Demografía (CELADE), da CEPAL.
“Através do Observa Censo, o IBGE mantém a tradição de cooperação Sul-Sul, agora inovando com a sua realização em tempo real, durante a própria coleta. Esse intercâmbio permite que países acompanhem não só as inovações construídas para a operação do Censo 2022, mas também as dificuldades enfrentadas no dia a dia do campo”, afirma o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto. “Agradeço aos parceiros que tornaram este evento possível, com destaque para a Agência ABC do Ministério de Relações Exteriores, o UNFPA e a OIT”, acrescenta.
O Observa Censo contou inicialmente com duas etapas virtuais (seminários informativo e técnico, já realizados). De 19 a 23 de setembro, haverá uma segunda fase, de campo, quando os visitantes estrangeiros estarão divididos entre Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Cabo Frio (RJ) e Florianópolis (SC). Já os representantes dos organismos internacionais estarão em Boa Vista e Pacaraima (RR). Haverá apoio de tradutores para facilitar a comunicação entre observadores e as equipes de campo.
O encerramento do Observa Censo será no dia 26 de setembro, no Rio de Janeiro, com um seminário presencial, onde os observadores poderão compartilhar as experiências e impressões acerca do trabalho realizado durante as visitas.
Durante a etapa presencial nas cinco cidades que serão visitadas, os observadores receberão o uniforme do recenseador do IBGE (colete, crachá, boné e bolsa), e acompanharão, em um primeiro momento, o dia a dia da pesquisa, por quais etapas cada agente deve passar para cadastrar os domicílios e as pessoas, aplicação de questionário, visitas de retorno, procedimento de quebra de recusa, etc.
Já em um segundo momento, os observadores poderão acompanhar o trabalho dos supervisores. Dentre as atividades estão a realização de reentrevistas, conferência de unidades aleatórias indicadas pelo sistema, verificação de relatórios e fechamento de setores.
O que eles dizem…
Astrid Bant – Representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil: “O Fundo de População das Nações Unidas se orgulha da parceria de longa data com a ABC e o IBGE em iniciativas de Cooperação Sul-Sul. Já desenvolvemos diferentes projetos relacionados à realização de censos e pesquisas demográficas com outros países, principalmente da América Latina e África. Esta é mais uma oportunidade para a troca de conhecimento e experiências entre os países, fortalecendo laços e capacidades técnicas. O Censo 2022 é fundamental no processo de geração de dados demográficos para o entendimento de diversos aspectos da população brasileira, como idade, gênero, distribuição geográfica, entre muitos outros”.
Junia Quiroga – Representante Auxiliar do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil: “A parceria que o Fundo de População da ONU realiza com o IBGE, ABC e OIT para viabilizar a vinda de observadores internacionais para conhecer e acompanhar in loco parte do processo de recenseamento realizado no Brasil é mais um exemplo bem-sucedido da Cooperação Sul-Sul no país. Neste ano, além dos observadores internacionais, também destacamos a inclusão da classificação como “quilombola” no critério de raça/etnia, o que otimiza a compreensão da diversidade no país e favorece a elaboração de políticas públicas mais efetivas”.
Martin Georg Hahn, diretor do Escritório da OIT no Brasil: “É com grande satisfação que a Organização Internacional do Trabalho participa desta importante iniciativa ao lado do Brasil e do UNFPA. Trata-se de um momento histórico, já que o Censo ocorre a cada 10 anos. Existe um grande interesse internacional nesta experiência brasileira, e o fato de o Brasil estar recebendo mais de 20 países no Observa Censo 2022 é prova disso. O IBGE e a OIT têm uma parceria de longa data para a produção de conhecimento e, por exemplo, no último Censo, realizamos um trabalho conjunto de compilação de indicadores de trabalho decente, nos níveis municipal, estadual e nacional. Esses indicadores são fundamentais para subsidiar o processo de formulação de políticas públicas do país. Muitas dessas políticas são objeto do Programa de Cooperação Sul-Sul Brasil-OIT e têm sido compartilhadas com outros países, como é o caso do trabalho desenvolvido no âmbito da Iniciativa Regional América Latina e Caribe Livre de Trabalho Infantil”.