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Sem saneamento básico, acreanos no final da adolescência vivem grave distorção entre idade e série escolar

“Como sociedade, almejamos um mundo repleto de crianças e jovens saudáveis”, diz uma organização ligada ao saneamento básico no País. Porém, essa não é uma realidade possível sem saneamento básico.
Buscando estudar os impactos do tema na gravidez, primeira infância, segunda infância e adolescência, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria EX ANTE, produziu o estudo inédito “Futuro em risco: os impactos da falta de saneamento para grávidas, crianças e adolescentes”.
O estudo aponta o gritante impacto do tema em todas essas fases da vida, levando à riscos de saúde e a um desenvolvimento prejudicado, do ponto de vista físico e cognitivo, o que levará a notas mais baixas em todas as fases escolares e a um potencial de renda menor, que pode,
considerando 35 anos de atuação profissional, chegar a uma diferença de mais de R$ 126 mil entre as pessoas que contaram e as que não contaram com saneamento básico. Chega-se a um diferencial de renda de 46,1% entre dois jovens, um com acesso ao saneamento durante sua
infância e adolescência, tanto do presente como no passado, e outro que foi privado do saneamento básico ao longo de sua vida. Esta diferença pode representar, por exemplo, a capacidade de comprar ou não uma casa própria ao longo da vida adulta.
Um bom exemplo são os dados do Acre: segundo o estudo, a falta de saneamento pode trazer mais de 2,6 anos de distorção idade/série para os jovens que estão no final da adolescência.
Em 2021, os alunos sem acesso a banheiro tiveram uma nota média esperada de língua portuguesa de 230. Em termos qualitativos, essa nota indica que esses alunos atingiram apenas o segundo nível da escala de proficiência do Saeb, a qual tem oito níveis ao total para o 9º ano.
Isso significa que esses alunos não conseguiam, por exemplo, localizar informações explícitas em crônicas e fábulas ou inferir tema e ideia principal de notícias. Essas capacidades cognitivas estão presentes nos alunos que moravam em residência com água tratada
e banheiro de uso exclusivo.
Acesse aqui o estudo na íntegra

A imagem, ilustrativa, mostra a operação de limpeza do Igarapé São Francisco, em Rio Branco, no ano de 2024.

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