A modalidade de pagamento via Pix completa quatro anos de atuação neste sábado (16). Desde o lançamento, o sistema reforçou as medidas de segurança e passou a oferecer limites de transações por horário e devolução de depósitos equivocados. No entanto, há ainda quem evite utilizar os serviços.
Uma dessas pessoas é Sandra Aparecida, de 44 anos. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ela disse que temia cair em golpes e fraudes e acreditava que a forma de pagamento dava direito à Receita de ter controle sobre suas finanças pessoais. “Hoje em dia todo mundo é meio hacker”, contou.
Apesar da demora, ela se rendeu à transação quando foi solicitada por um novo emprego em que ia atuar. Sandra lembra que antes evitava até a usar aplicativos bancários, mas, com a pandemia e, consequentemente as medidas de isolamento social, resolveu baixar o app.
Já o educador físico, Mário Cacace, de 47 anos, disse considerar mais prático o uso de cartão e de dinheiro nas transações diárias. “Eu nunca senti necessidade de usar o Pix. Quando preciso, peço para minha esposa fazer”, contou à reportagem.
Ainda, o veterinário Alexandre Thomaz, de 49 anos, explicou que teme riscos de roubos e só utiliza dos serviços para receber pagamentos e não efetuar. “Me sinto inseguro de ficar carregando o celular para cima e para baixo. A gente vive num país muito violento. Prefiro não me submeter ao risco”, pontuou à Folha.
No país, cerca de 170 milhões de pessoas utilizam o pagamento instantâneo via Pix. Tal método é garantia de segurança por especialistas em tecnologia e do sistema financeiro, conforme reportagem.
A diretora executiva da Zetta, Fernanda Garibaldi, explica que a maioria dos problemas associados ao Pix não são por falhas de segurança, mas sim pela engenharia social. “São práticas em que as pessoas são levadas a fornecer senhas ou dados por mensagens enganosas ou ligações fraudulentas,” explica à Folha.
O CEO da Dock, Antônio Soares, destaca que o método vem sempre buscando melhorias para os seus usuários. “A fraude sempre evolui, e as soluções precisam evoluir para preveni-las. O sistema financeiro vai reagindo, criando defesas à medida que novas fraudes surgem. É um processo de ação e reação”.
Dentre as mudanças feita ao longo dos anos, estão: o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que devolve os valores em casos de golpes comprovados; transações diárias limitadas a R$ 200 e R$ 1.000; limites de horários para pagamentos; e pix por aproximação sem precisar abrir aplicativo.
A previsão é que o método ofereça também a opção de Pix Crédito, que vai permitir a concessão de crédito para pagamento via Pix, possibilitando maior acesso a crédito.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima um aumento de 58,8% do uso do Pix em 2024, com alta de 52,4% nas transações e 63,7 bilhões nas operações, movimentando cerca de R$ 27,3 trilhões. Até o final de setembro, a transação já havia superado os dados de 2023, com 45,7 bilhões pagamentos e R$ 19,1 trilhões nas movimentações.
Fonte: BNEWS