Um fenômeno conhecido como ‘síndrome da luz amarela’ tem sido observado em veículos mais rodados, ou alguns seminovos, em que componentes de LED, incluindo faróis e luzes diurnas, começam a exibir uma coloração amarelada com o tempo, um aspecto visual envelhecido maior do que os anos de uso de um carro.
Mas quais são as causas desse amarelamento, o que os especialistas dizem sobre o assunto e como isso pode afetar a eficiência e a segurança dos faróis?
Especialistas apontam que o amarelamento dos faróis de LED é um processo natural de envelhecimento do material utilizado nas lentes, geralmente policarbonato. A exposição prolongada aos raios ultravioletas do sol, a vedação e a sujeira acumulada contribuem para a degradação da camada externa, resultando na perda de transparência e na alteração da cor.
A mudança na coloração das lentes não é apenas uma questão estética, pode comprometer significativamente a eficiência da iluminação. A opacidade resultante reduz a transmitância da luz, o que, por sua vez, diminui a capacidade de iluminação dos faróis, afetando diretamente a segurança veicular.
Segundo Cleber Willian, professor de Engenharia Mecânica da FEI, “o amarelamento e a redução de brilho das lentes pode afetar a segurança , em virtude da iluminação se tornar menos eficiente e por consequência prejudicar a visibilidade. Este fenômeno ocorre pela oxidação da lente, exposição a resíduos, exposição a poluição e o próprio envelhecimento do material da lente”.
Ele afirma que o material das lentes em seu projeto são desenvolvidos com o objetivo de máxima durabilidade e capacidade de resistir a condição de exposição a poluição, condições abrasivas em virtude de pedriscos que recebe nas vias públicas e rodovias.
“Para prolongar a vida das lentes, existem materiais recomendados pelas próprias montadoras que podem ser aplicados para prevenir o amarelamento. Caso já tenha ocorrido o amarelamento, existem empresas que fazem a reaplicação de materiais de proteção e efetuam a limpeza das lentes”, diz o professor.
Soluções e manutenção
Ricardo Levante, especialista em iluminação automotiva da Ilummina Auto, enfatiza a importância de manter os faróis em boas condições, não apenas para garantir a segurança, mas também para evitar falhas em vistorias ou multas de trânsito. Ele alerta que “soluções caseiras podem ser apenas paliativas e a recomendação é procurar profissionais qualificados para o serviço de revitalização”.
Ele conta que para combater o amarelamento, existem procedimentos de revitalização das lentes dos faróis, como o polimento, que remove a camada externa danificada e restaura a transparência. Além disso, produtos desenvolvidos especificamente para esse fim podem ser aplicados para proteger as lentes contra futuros danos.
“A prevenção é sempre o melhor remédio. Aplicar proteções como vitrificação pode ajudar a prolongar a vida útil das lentes dos faróis, mantendo-as claras por mais tempo e evitando o amarelamento precoce”, diz Levante.
Dicas de proteção
Limpar regularmente os faróis com água e sabão neutro é essencial para remover sujeira e resíduos que podem acelerar o processo de oxidação.
Aplicar um protetor de raios UV nos faróis pode fornecer uma camada adicional de proteção contra o desgaste causado pelo sol.
Outra opção é considerar a instalação de películas protetoras, que servem como uma barreira física contra os raios UV e outros elementos que podem danificar as lentes dos faróis.
A vitrificação dos faróis também é uma técnica recomendada, pois cria uma camada protetora que pode prolongar a clareza das lentes e prevenir o amarelamento.
Pode ser necessário realizar procedimentos de revitalização das lentes periodicamente para manter a eficácia da iluminação.
Os faróis de LED e halógenos diferem significativamente em termos de envelhecimento e durabilidade. Os faróis halógenos, que utilizam um filamento de tungstênio, são conhecidos por sua acessibilidade e facilidade de substituição, mas têm uma vida útil mais curta, variando de 1.000 a 6.000 horas.
Eles também são menos eficientes energeticamente e tendem a emitir mais calor. Por outro lado, os faróis de LED, que produzem luz através de diodos emissores de luz, são mais eficientes em termos de energia, geram menos calor e têm uma vida útil substancialmente mais longa, estimada entre 25.000 a 50.000 horas.
Além disso, os LEDs fornecem uma luz mais branca e brilhante, o que pode melhorar a visibilidade noturna. No entanto, os faróis de LED têm um custo inicial mais elevado e podem exigir assistência profissional para substituição em caso de falha.