O ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), goste-se dele ou não, foi uma das novas lideranças políticas a despontar no estado. Qualquer partido queria tê-lo no seu quadro, nunca foi um radical. Mas cometeu dois erros políticos, dos quais deve ter tirado lições: não pode ser mais candidato majoritário sem um partido que lhe garanta estrutura financeira. Foi vice da desastrada chapa do Jorge Viana (PT para governador; quando todos anteviam uma derrota; e mais recente, ter disputado a PMRB sem se cercar das garantias estruturais que lhe dessem a mínima condição de enfrentar a candidatura das máquinas do governo e da prefeitura da capital. As promessas feitas pelos aliados foram de milhões, mas vieram tostões. Ainda assim foi um gigante, não fugiu da briga, mesmo vendo um quadro desfavorável. Mostrou que tem um nicho do eleitorado de Rio Branco que vota nele. O MDB ficou com a pequena prefeitura de Santa Rosa. Perdeu a eleição nas demais que disputou. Com que roupa vai o Marcus Alexandre para a festa da eleição de 2026? Se for entrar em nova aventura de disputar o Senado ou o Governo só para agradar à cúpula do MDB, poderá entrar em mais uma roubada. Ou começa tudo com uma candidatura proporcional como a de deputado estadual – onde tem boa chance de vitória – e reinicia sua carreira com um mandato; ou se sair para senador ou governador, corre o sério risco de sofrer a terceira derrota seguida e pedir música no Fantástico. Estes são os caminhos do Marcus Alexandre.
ALHOS E BUGALHOS
O senador Márcio Bittar (UB) considera que a vitória de Trump pode favorecer a liberação de Bolsonaro, para disputar a presidência em 2026. Confunde alhos com bugalhos: a situação do Bolsonaro – inelegível – não é questão de relações internacionais, mas uma situação jurídica que só pode ser derrubada pela justiça brasileira.
INFLUÊNCIA ZERO
Como uma coisa puxa a outra, foi patética a cena de políticos acreanos comemorando a vitória do Trump, como se isso tivesse alguma influência na política regional. A influência é zero. O resto é firula.
PRECISA CRIAR GRUPO
Hoje, a situação política do senador Alan Rick (UB) como candidato ao governo, é confortável; mas o jogo ainda não iniciou. Tem de começar a agregar partidos e grupos políticos, se quiser sedimentar seu caminho em 2026. Não pode se limitar ao seu batedor de palmas oficial, Jairo Cassiano.
FALTA ESTRUTURA
O presidente do PSDB, deputado Luiz Gonzaga (PSDB) – que vai disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026 – terá dificuldades de montar uma chapa com candidatos competitivos. O PSDB não tem fundo eleitoral com potencial para ser atrativo, sem o que será difícil encontrar bons nomes para deputado federal. O jogo é financeiro.
MEIO CAMINHO ANDADO
O PP tem meio caminho andado para montar uma chapa forte para a Câmara Federal em 2026, pois terá três parlamentares – Socorro Neri – Zezinho Barbary e José Adriano – e ainda a prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem. Todos com potencial de voto.
OLHO NO TABULEIRO
O deputado Pedro Longo (PDT) não definiu ainda por qual partido irá disputar um mandato de deputado federal. Experiente, deverá primeiro analisar os cenários partidários, antes de tomar uma decisão. Segue o ditado: – Macaco velho, não mete a mão em cumbuca.
CHAPA DOS SEM MANDATOS
Ao definir que na sua chapa que disputará vagas de deputado estadual não terá ninguém com mandato, a direção do PSD quer atrair candidatos novos com potencial de votos. Mantendo os deputados Pablo Bregense e Eduardo Ribeiro, acha que afastaria os bons candidatos sem mandato. O problema é se conseguirá estes nomes para chegar na ALEAC.
FORA DE COGITAÇÃO
Encontra-se fora de cogitação uma candidatura do ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB) a governador ou senador em 2026. O MDB não tem cacife financeiro para bancar caras candidaturas majoritárias. Repetiria o erro da eleição municipal, em que disputou a prefeitura da capital na pindaíba. O jogo para o Senado ou Governo é para quem tem grana.
NOMES POSTOS
Entre os novos nomes que podem engrossar a forte chapa de deputado estadual pelo MDB, se encontram os do pecuarista Neném Junqueira e o do jornalista e Pastor Antônio Klemer.
COMENTÁRIO PERTINENTE
“Lula não é Kamala, mas direita se organizou no mundo todo e esquerda não tem conseguido acompanhar”. O comentário pertinente é do ícone do PT, José Dirceu, sobre a vitória de Trump.
QUALQUER CENÁRIO
Caso nenhum problema jurídico o impeça, o governador Gladson Cameli disputará com a aura de favorito uma das duas vagas abertas para o Senado, na eleição de 2026. É reconhecido até na oposição.
SEM UNIDADE
Não há unidade dentro da bancada do PP sobre a disputa em janeiro de 2025, da presidência da Câmara Municipal de Rio Branco. A vereadora Elzinha Mendonça (PP) é candidata. O outro nome é do vereador Samir Bestene (PP). Os votos dos novos vereadores poderão ser decisivos, caso se unam num grupo coeso.
PAUTA DE COSTUMES AFASTA
Enquanto o PT não abandonar as suas bandeiras das pautas de costumes e não retomar o diálogo com as bases populares que sempre impulsionaram suas vitórias; não vai conseguir entrar no eleitorado mais conservador. É o que tenho lido e ouvido de analistas da política nacional.
NÃO TEM PODER
Esse projeto do vereador João Marcos (PL) de proibir a presença de menores em passeatas e movimentos LGBT; pode até passar na Câmara Municipal de Rio Branco, mas será derrubado na justiça. Os vereadores não têm o poder de decidir sobre como deve ser o comportamento de cada família. Por isso, o parecer contrário da Procuradoria Jurídica da Câmara.
ÚLTIMA CARTADA
A candidatura do ex-deputado Ney Amorim (PODEMOS) à Câmara Federal, é a última cartada mais rápida para voltar ao cenário político. Vem de duas derrotas para o Senado e se perder mais uma disputa, pode deixar mais longe seu retorno aos meios políticos. Mesmo com seu corte de cabelo moderno, sabe que não é mais um jovem ou novidade. Tem que analisar bem em que chapa disputará.
VOLTAR AO ANTIGO NINHO
Ao PSB não restará outro caminho em 2026, a não ser o de voltar ao antigo ninho da esquerda, com PT e companhia limitada. É improvável que o grupo dos partidos de direita o aceite numa aliança para disputa do governo.
FRENTE AMPLA
O PP vai partir para montar alianças que fortaleçam a candidatura da vice-governadora Mailza Assis (PP) ao governo, na eleição de 2026. Já há movimentos neste sentido. Até o momento não existe nenhum foco da Mailza, que não seja o de disputar a sucessão do governador Gladson.
NÃO TEM REFLEXO
Jorge Viana pode até elevar como tem feito o papel da APEX – que ele preside – tirando o órgão do patamar de velho cabide de emprego; mas isso não tem nenhum reflexo na disputa do Senado em 2026. Precisa entender que a eleição de senador será na aldeia e não no plano nacional ou internacional. Não pode entrar no jogo de última hora, como foi na sua candidatura ao governo.
CAMINHO NATURAL
A prefeita de Senador Guiomard, Rosana Gomes, sabe que não teria espaço num eventual governo da vice-governadora Mailza Assis – por razões familiares – e por isso, seu caminho natural é provável que seja o de apoiar a candidatura do Alan Rick (UB). Ambas não tomam tacacá na cuia, na mesma mesa.
BACIA DAS ALMAS
Fala-se na candidatura do prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima (PP), a deputado estadual em 2026. É um nome que está bem posicionado, mas antes terá de conquistar quase metade do eleitorado da última disputa municipal, que não votou nele. Se reelegeu na bacia das almas, com diferença pequena sobre sua adversária.
FRASE MARCANTE
“Cada criatura é um rascunho a ser retocado sem cessar.” Guimarães Rosa.