O crescimento excessivo do consumo de cafeína, sobretudo entre os jovens, tem gerado preocupação entre profissionais e autoridades de saúde, que alertam sobre os potenciais riscos.
No caso do café tradicional, especialistas e órgãos de saúde estimaram a quantidade média de cafeína presente nas principais preparações dessa bebida:
Expresso canônico italiano (30-40 ml): 47-75 mg;
Expresso ou café preto normal (50-60 ml): 80-100 mg;
Café filtrado (100-200 ml): 75-200 mg;
Café americano (354 ml): 154 mg;
Café solúvel (236 ml): 57 mg.
As bebidas energéticas mais populares no Brasil contêm, em média, 160 mg de cafeína por lata (500 ml), o que equivale a aproximadamente duas xícaras de café preto comum.
Energéticos são piores
É importante destacar que os energéticos não possuem as propriedades benéficas que o café apresenta, conforme demonstrado por estudos. Além disso, eles costumam conter altas quantidades de açúcares ou adoçantes.
O uso excessivo dessas bebidas, especialmente entre os jovens, pode resultar em alterações comportamentais, problemas cardiovasculares, neurológicos e até dependência.
Ingerir os energéticos com bebidas alcoólicas é ainda pior. A cafeína presente nos energéticos tem o papel de colocar o pé no “acelerador”. Já o álcool seria como colocar o pé no “freio” ao mesmo tempo. “Tem vários estudos mostrando que a mistura leva a comportamentos de risco mais intensos, como beber maior quantidade de álcool e ter comportamento sexual de risco”, diz Erica Siu, coordenadora do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).
Siu recomenda que não se faça a mistura álcool e energéticos e, quando houver o consumo desses produtos, que seja acompanhado de hidratação e alimentação.
Quanto ao consumo de café
Médicos apontam que a bebida tem benefícios, mas em excesso pode causar efeitos desconfortáveis ou agravar sintomas de doenças preexistentes.
Como algumas drogas ilícitas perigosas, a cafeína presente no café pode causar overdose, mas apenas em quantidades extremamente elevadas. Uma concentração de 50 mg por ml de sangue pode ser suficiente para matar uma pessoa.
Atingir esses níveis da substância apenas tomando café, no entanto, é bastante difícil. Especialistas recomendam dose máxima de cafeína de 400 mg, o equivalente a beber cerca de 600 ml de café de pacote por dia ou três cafés expressos.
É preciso ter cuidado e contabilizar também a ingestão dos outros produtos contendo cafeína, porque a substância está presente, além de em bebidas energéticas, em alguns suplementos para treinar, remédios, chás verde, mate e preto e até nos refrigerantes do tipo cola.