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Maioria de adolescentes e jovens indígenas e quilombolas vive em terras demarcadas

A maioria dos adolescentes e jovens quilombolas e indígenas de até 29 anos moram em terras legalmente demarcadas, ou seja, quilombos e territórios indígenas. Os índices superam as populações nessa faixa etária que vivem fora das chamadas reservas reconhecidas pelo poder público. 

Essa é uma das informações do Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, divulgado pelo IBGE nesta sexta (3). A apresentação da pesquisa foi realizada na Comunidade Quilombola Campinho da Independência, em Paraty (RJ). 

Entre as populações indígenas, 28,37 % dos jovens entre 15 e 29 anos vivem em terras demarcadas, frente a 24,87% que vivem em outros territórios. Entre as crianças e adolescentes de zero a 14 anos, a predominância é maior: 40,54% vivem em aldeias legalmente reconhecidas, e 23,79%, fora. 

A tendência é a mesma para as populações quilombolas. Pessoas entre zero e 14 anos vivem majoritariamente em territórios quilombolas: 27,15%, frente a 23,19% que vivem em outras localidades. Na faixa etária de 15 a 29 anos, a diferença, embora menor, também se verifica. 25,43% dos quilombolas vivem em assentamentos reconhecidos, frente a 24,65% dos que vivem fora, apesar de terem direito a viver nas terras demarcadas. 

O Censo 2022 também verificou que a maioria das populações quilombolas e indígenas é composta por jovens, morando ou não em terras demarcadas. Esta é a primeira vez que o IBGE fez pesquisa específica sobre a população quilombola no censo demográfico nacional. Outra novidade é que o levantamento também incluiu a possibilidade de os indígenas se autodeclararem como tal, o que elevou os números totais da população em relação ao Censo anterior, de 2012. 

Acompanhe o material apresentado nesta sexta pelo IBGE: 

Quilombolas

Pela primeira vez na história do país, o Censo 2022 investigou a população quilombola e suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas, obtendo informações fundamentais para aprofundar o conhecimento e orientar políticas públicas.

Em 2022, a idade mediana dos quilombolas era de 31 anos, abaixo da população total residente no Brasil, de 35 anos.

A menor idade mediana dos quilombolas se encontra no Norte (26 anos), seguido pelo Nordeste (31 anos). Esta última concentra 68,1% da população quilombola residente.

O percentual de quilombolas com até 29 anos em territórios oficialmente delimitados é 52,6%, enquanto os idosos com 60 anos ou mais participam com 11,9%.

Já a razão de sexo do grupo quilombola foi 100,08, o que significa 100 homens para 100 mulheres, enquanto na população total, eram 94,2 homens para cada 100 mulheres.

Pouco menos da metade (48,44%) da população quilombola tinha até 29 anos de idade, com o maior percentual no grupo de 15 a 29 anos de idade (24,75%), seguido do grupo de zero a 14 anos de idade (23,69%) e do grupo de 30 a 44 anos de idade (21,92%).

O percentual de idosos (60 anos ou mais) era 13,03%, abaixo dos 15,81% da população total residente.

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Indígenas

Os indígenas apresentam uma idade mediana de 25 anos, 10 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil. Quando residem dentro de Terras Indígenas, têm uma idade mediana de 19 anos, ou seja, 16 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil.

Acre apresenta a menor idade mediana entre a população indígena (17 anos de idade) seguido por Roraima e Mato Grosso (ambas com 18 anos).

Verifica-se que 56,10% dos indígenas têm menos de 30 anos de idade, enquanto a população residente do Brasil tem 42,07% da população nessa faixa. Por outro lado, 10,65% da população indígena tem 60 anos ou mais, enquanto essa faixa de idade representa 15,81% da população residente do país.

O maior peso percentual de indígenas concentra-se na faixa de idade entre zero e 14 anos (29,95%). Em Terras Indígenas, essa faixa de idade chega a 40,54%.

Considerando os grupos de idade recomendados para frequência nos ciclos educacionais da educação básica, a população indígena até 17 anos de idade é de 606.359 indígenas.

Na comparação entre os Censos 2010 e 2022, as Terras Indígenas que apresentaram maior variação positiva absoluta na população de 17 anos de idade ou menos foram a TI Raposa Serra do Sol, em Roraima (mais 4.815 indígenas nessa faixa), a TI Munduruku, no Pará, com variação de 3.134, e a TI São Marcos, RR, com variação absoluta de 2.280 pessoas indígenas com 17 anos ou menos de idade.

Região Norte tem menor índice de envelhecimento da população indígena: 19 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 indígenas de até 14 anos de idade.

Pirâmide etária da população indígena apresenta formato triangular, com base mais larga, mais acentuado dentro das Terras Indígenas.

Razão de sexo da população residente é de 94,25, ou seja, 94 homens para 100 mulheres. Entre indígenas era 97,07, indicando que para cada 97 homens indígenas foram identificadas 100 mulheres indígenas.

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“A publicação traz uma atualização do perfil demográfico dessas populações em relação ao Censo 2010. Esses dados são importantes para subsidiar as políticas educacionais indígenas e quilombolas, que têm uma política de educação diferenciada, assim como políticas de saúde, como vacinação de crianças, e assistência, que dependem desse recorte de faixa etária e sexo”, explica Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.

 

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