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No mês da Consciência Negra, à beira do Rio Acre, no festeiro bairro da Base, a artista Camila Cabeça promove o Festival Afro-cultural Cabeça de Nêga com programação que celebra a semana da Consciência Negra, que teve início no dia 15 e se estende até o dia 20 de novembro. As temáticas passam pela educação antirracista e patrimonial cultural com foco no Acre.

O Festival foi aprovado pelo Edital de Produção e Eventos Consolidados/Inéditos nº 007/2020 do governo do Estado do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. A programação, inspirada nos saberes do povo da Amazônia, inclui treinamento para comunicadores, palestras, oficinas, rodas de conversa, atendimento jurídico; Feira do Bem Viver; Cortejo de Maracatu, ato pelo Dia da Consciência Negra, apresentação de Marujada, programação musical “A hora do pôr-do-sol de Oyá” e baile musical.

“Cabeça é orí, é o nosso conhecimento, então o Festival foi pensado para Rio Branco, partindo da comunidade do bairro da Base. Faremos um trato sonoro, artístico, com formação, fruição artística, de natureza sensorial, de troca de conhecimentos de forma que fortaleça o elo de todes; tanto de mulheres quanto da sociedade como um todo”, explica, artista e proponente do projeto, Camila Cabeça.

Um destaque na programação será a participação da escritora, arquiteta e urbanista Joice Berth que ministrará a palestra “Decolonialidade e Empoderamento”, no dia 16 de novembro, às 19h. A vinda da escritora ao Acre é fruto da parceria da organização do Festival com o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC). Nascida e criada em São Paulo, formou-se em Arquitetura pela Uninove em 2010, tendo posteriormente feito pós-graduação em Direito Urbanístico pela PUC-MG.[2] Tem como campo de pesquisa o direito à cidade, com recorte de gênero e raça

O atendimento jurídico oferecido pela Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE) nos dias 16 e 19 de novembro, também faz parte da programação. O serviço fornecido pela DPE, são: consultas a processos, orientações sobre pensões alimentícias, pedidos de guarda, e entre outros que já são oferecidos pela defensoria.

A carreira de Camila Cabeça chega a um ciclo ainda mais especial, em 2021 ela completa 10 anos de cantoria. Na trajetória de produtora à artista, ela fez residência artística e ministrou aulas para turmas internacionais. Como pesquisadora, desenvolveu o método artístico “Carimbó para o Despertar do Corpo”; promoveu lives durante a pandemia e viajou por cidades acreanas com projetos de “afrobetização”, que tem compromisso com a luta antirracista.

Como forma de pontuar o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a programação do Festival prevê o ato “Aquilombar é Preciso”, articulado pelo Movimento Negro Unificado no Acre (MNU-Acre), com início às 9h.

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