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Hoje é terça de carnaval. Amanhã, Quarta-Feira de Cinzas. Tanto choro/Ó quanta tristeza/ milhares de mortos que se vão/ O Alecrim está chorando/ Pelo morte da Colombina/ Angustiado pela dor e solidão…

A Covid-19 entrou na avenida para estragar a festa da transgressão dos desejos represados. Os hospitais estão lotados de pessoas contaminadas, caixões são fabricados, covas são abertas diariamente. Para estes, já é Quarta-Feira de Cinzas em seus corações.

Enquanto as famílias choram, alguns bebem, dançam, soltam fogos e se divertem clandestinamente, afinal de contas é carnaval. Ó abre alas/ que eu quero passar…passar para onde? Para as alas do Into, ao lado do Lago do Amor.

Tudo é festa. Tem um bloco pronto para sair às ruas: “Os aglomerados da Fila” (Caixa Econômica); Ei você aí! Me dá um dinheiro aí! Me dá um dinheiro aí! Não vai dar! Não vai dar não! Você vai ver a grande confusão (durante a Quaresma), se o (Bolso)naro e o Guedes não liberarem a ajuda emergencial.

Para completar a alagação chegou. As águas vão rolar/Ô balancê, balancê/Mamãe eu quero mamar (com a Covid) não tem chupeta só intubação. Pode me faltar tudo na vida/arroz, feijão e pão (mas a vacina não).

Se tudo isso não fosse tão trágico daria um bom enredo (fúnebre). No próximo carnaval todos serão vacinados. Quem sabe seja a festa da Zumbilândia (Atire duas vezes – filme – 2019). Todo carnaval é um carnaval diferente. Esse é do coronavírus…

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