As indústrias, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), devem contratar 62.818 aprendizes em 22 estados do Brasil nesses primeiros meses do ano. Porta de entrada para o primeiro emprego de adolescentes e jovens, a aprendizagem industrial atrela um curso gratuito no SENAI com um contrato de trabalho de até dois anos com carteira assinada em empresas parceiras da instituição.
O candidato precisa ter entre 14 e 24 anos, estar matriculado a partir do 9º ano do ensino fundamental/Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou já ter concluído o ensino médio. Pelo conhecimento técnico que adquire no SENAI, ele tem mais chances de ser efetivado ao concluir o período do contrato.
Os processos seletivos são realizados pelas empresas, podendo ser divulgados na página do SENAI. Para mais informações, procure o SENAI da sua região.
A qualificação profissional e a experiência prática em uma indústria podem ser o primeiro passo para adolescentes e jovens fazerem suas escolhas e definirem suas trajetórias de profissionalização. Há oportunidades para diferentes áreas tecnológicas, como eletroeletrônica, construção civil, automação, tecnologia da informação, logística, alimentos, mecânica, energia, dentre outras.
Do ponto de vista da empresa, trata-se de uma excelente oportunidade para formar profissionais alinhados às suas necessidades e familiarizados com a cultura organizacional. A contratante ainda conta com a expertise do SENAI: estrutura e docentes alinhados com as novas tecnologias e as práticas mais atuais do mercado, além de metodologia de ensino reconhecida internacionalmente.
Em setembro do ano passado, o SENAI e a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Produtividade (SEPEC) do Ministério da Economia lançaram o Aprendizagem 4.0. O programa piloto segue as regras da aprendizagem, mas com um formato mais digital e alinhado com as necessidades da indústria 4.0 e de desenvolvimento de competências socioemocionais – fundamentais para o mundo do trabalho.
“Hoje, a indústria demanda profissionais que tenham conhecimento técnico, estejam atualizados com as novas tecnologias e tenham as chamadas soft skills, habilidades comportamentais. Com a Aprendizagem 4.0, conseguimos formar o jovem com essas qualidades e dar as condições para que, no término do contrato, ele seja efetivado na empresa”, avalia o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
O programa combina as modalidades de educação a distância (EaD) e presencial, e abrange, inicialmente, três áreas tecnológicas: metalmecânica, manufatura avançada e tecnologia da informação. A escolha dessas três áreas para os 12 cursos disponíveis se deu por serem qualificações consideradas transversais, de alta empregabilidade na indústria.
Ao terminar o período como aprendiz, o jovem poderá aproveitar a carga horária para dar continuidade aos estudos no SENAI ou seguir carreira técnica ou de nível superior. Confira a lista dos cursos do programa SENAI de Aprendizagem 4.0:
Área de Metalmecânica
– Técnico em Mecânica
– Programador de Manutenção Mecânica
– Programador de Produção Mecânica
– Operador de Máquinas e Ferramentas Convencionais
– Fresador Mecânico
– Torneiro Mecânico
– Ajustador Mecânico
Área de Manufatura Avançada
– Técnico em IoT (internet das coisas)
– Técnico em Cibersistemas para Automação
Área de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s)
– Programador Front-end
– Programador Back -end
– Programador Full stack.
Vagas para jovem aprendiz por estado
A quantidade de vagas para jovem aprendiz por estado são: Acre (335), Amazonas (488), Bahia (823), Distrito Federal (315), Espírito Santo (1.126), Goiás (2.281), Mato Grosso (600), Pará (1.106), Paraíba (780), Paraná (15.000), Pernambuco (1.052), Piauí (407), Rio de Janeiro (6.937), Rio Grande do Norte (285), Rio Grande do Sul (9.500), Rondônia (735), Roraima (35), Santa Catarina (10.923), São Paulo (6.634), Sergipe (1.500) e Tocantins (356).
Regras da aprendizagem
A Aprendizagem Industrial é regida por normas como o arts 428, e 429 da Consolidação das Leis Trabalho (CLT), a Lei nº 10.097/2000 e o Decreto 5.598/2005. A contratação de aprendizes é obrigatória para empresas de qualquer natureza, e opcional para as micro e pequenas ou aquelas enquadradas no SIMPLES.
A jornada máxima de trabalho, somadas as atividades teóricas e práticas, é de 6 horas para quem não concluiu o ensino fundamental; e 8 horas para quem concluiu o ensino fundamental. A remuneração do aprendiz é calculada a partir do salário mínimo/hora e pode ser maior dependendo do setor em que atua ou de acordos coletivos.
Tradição e capilaridade SENAI
Maior complexo privado de educação profissional e de serviços tecnológicos da América Latina e um dos maiores do mundo, o SENAI completou 79 anos no dia 22 de janeiro, com mais de 77 milhões de trabalhadores formados em 28 áreas industriais. Presente em cerca de 3.200 municípios, com 583 unidades fixas e 487 unidades móveis, sendo dois barcos-escola, a rede oferta cursos que vão da iniciação profissional até a graduação e a pós-graduação tecnológica.