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E se no dia 20 de março de 2020 a redação do decreto Nº 5496 além de restringir as operações que restringiu aplicasse imediata aplicação de multa no seu descumprimento em elevado valor para o estabelecimento e para o cliente do estabelecimento, sendo que para o cliente seria o dobro?

E se com apenas sete casos confirmados no Acre inteiro, se tivesse fechado as fronteiras com Bolívia, Peru, Amazonas e Rondônia para trânsito de pessoas, permitindo apenas cargas e realizando testes rápidos em quem realiza o transporte?

E se o decreto viesse acompanhado de um toque de recolher das 18h às 06h e qualquer indivíduo que não fosse agente de saúde ou segurança fosse imediatamente preso sem direito a fiança?

E se os estabelecimentos comerciais “essenciais” funcionassem apenas entre as 07 e as 17 e os clientes tivessem que fazer uma triagem antes de poder acessar o estabelecimento – com hora marcada – após terem sido testados para a doença?

E se estes estabelecimentos comerciais “essenciais” só obtivessem a liberação para funcionarem após terem testado a integralidade de sua equipe de trabalho (com testes fornecidos pelo poder público, é óbvio!)?

E se para continuarem abertos precisassem refazer quinzenalmente os testes (agora por conta própria ou subsidiados)?

E se após identificados os sete infectados, houvesse sido feito um mapeamento do trajeto provável do contágio e acionado todos os possíveis infectados para um isolamento compulsório, além de testes e monitoramento com todos?

E se tivessem adaptado as escolas desocupadas com equipamento hospitalar não se teria tido mais leitos imediatamente?

E se a população na sua integralidade levasse a sério a doença algum cidadão acreano teria morrido?

E se todas essas perguntas hipotéticas no passado tivessem sido fatos reais com prazo determinado de 21 dias, mantendo um rígido controle de entrada de pessoas no nosso estado até o dia de hoje:

Estaríamos com mais de trezentas famílias chorando a morte de seus entes queridos, milhares de desempregados, centenas de empresários falidos e um incontável número de pessoas já sem esperança de dias melhores?

E você pode agora estar pensando: “falar é fácil, quero ver é fazer”. Garanto a você, caro leitor, não é fácil falar. Não depois de perder amigos, familiares e negócios no meio dessa crise, onde falta a voz e sobram lágrimas…

E se apontar soluções práticas for um caminho que possa ajudar outros a evitar passar por isso, continuarei aqui. Dando o meu melhor. Mesmo sem voz. Mesmo sem produzir da forma como estava habituado. Mesmo sem entender como ainda brincam com a vida. Mesmo sem compreender como o Brasil pode ser o segundo país dentre 188 no planeta inteiro mais afetado por esta doença. E como o Acre, que sequer tem 1 milhão de habitantes pôde ter mais de 300 vítimas fatais.

E se cada um fizesse de verdade a sua parte, desde o começo dessa crise, hoje é bem provável que não estaríamos chorando pelos entes queridos, pelos sonhos perdidos, pelas vagas de empregos suspensas, pelas dívidas acumuladas, pelas dores sem nome e com a mais absoluta certeza nenhum de nós estaríamos ouvindo perguntas do tipo:

“e aí, pretende me pagar quando?”

*Daniel Ribeiro CEO da D’NEK, associativista, empresário, entusiasta de boas ideias. Diretor de Integração da Confederação Nacional de Jovens Empresários – CONAJE; Líder do Programa PASE VERDE da Federação Iberoamericana de Jovens Empresários – FIJE

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