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Como a tradução da Lei Maria da Penha em idiomas indígenas faz o Acre avançar no enfrentamento à violência contra mulher

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), participou do workshop de formação e validação do estudo “Mulheres e jovens indígenas se preparando para a participação em Pequim+30”, em Lima, capital do Peru.

Durante o evento, realizado de sexta-feira, 1º, a domingo, 3, foram apresentadas as cartilhas Lei Maria da Penha para Mulheres Indígenas traduzidas para as línguas Manchineri e Huni Kuin, que ganharam destaque por ser o primeiro material brasileiro a traduzir a Lei Maria da Penha em idioma indígena.

A chefe da Divisão dos Povos Originários e Tradicionais da Semulher, Alessandra Manchinery, destacou: “Pensamos em um jeito de chegar até a mulher indígena, para que ela pudesse entender que tem a lei, que ela tem direitos, de uma maneira mais acessível”, disse.

A publicação foi desenvolvida pela Semulher, por meio da Divisão dos Povos Originários e Tradicionais e Departamento de Fortalecimento Institucional, Ações Temáticas e Participação Política das Mulheres. Foi criada para conscientizar e combater a violência doméstica e familiar contra mulheres indígenas, tanto em áreas urbanas quanto em territórios tradicionais.

O evento foi promovido pelo Elo Continental das Mulheres Indígenas (Ecmia), que promove o encontro de mulheres indígenas de vários lugares do continente sul-americano. O governo do Acre esteve presente, em parceria com a Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia (Sitoakore), que vem contribuindo desde 2005 para a organização indígena na Amazônia e para o reconhecimento da importância do papel ativo e histórico da mulher indígena dentro e fora das aldeias.

O Sitoakore atua na defesa dos direitos sociais e culturais das mulheres indígenas, na promoção e no fortalecimento de suas atividades, como forma de garantir a presença feminina nas diversas áreas de discussão que envolvem políticas direcionadas aos povos indígenas.

A idealizadora do evento, Tarcila Rivera, agradeceu pelo material. “Estamos felizes por essa cartilha e iremos agora repassar para nossas irmãs da Guatemala, para que possam se espelhar na legislação do Brasil e, assim, criar leis de combate à violência. A juventude precisa conhecer mais as políticas internacionais de proteção às mulheres”, salientou.

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