A carteira de 131 projetos e leilões promovidos pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) entre 2019 e 2021 já assegurou investimentos de R$ 822,3 bilhões no país para os próximos anos, além do recolhimento de outorgas e bônus de R$ 148,3 bilhões. Para 2022, estão previstas operações com mais 153 ativos, o que garantirá mais R$ 389,3 bilhões a serem aplicados em novos projetos. Ou seja, o total de investimentos alavancado para o país pelo PPI no período entre 2019 e 2022 alcançará a marca de R$ 1,211 trilhão.
“Está havendo a reativação dos investimentos no Brasil como não ocorria desde 2013. Estamos investindo muito mais e em todas as fronteiras”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dados mostram que a taxa de investimento – considerando o critério de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – chegou a 19,4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final do terceiro trimestre deste ano, em curva de plena recuperação depois de quedas registradas a partir de 2013.
Segundo apontou o ministro, a manutenção das ações do PPI – que ainda realizará mais seis leilões antes do final de 2021 – permitirá que esse índice de investimento supere a marca de 20% do PIB no ano que vem. “Nossa visão de futuro é de investimentos baseados na força do setor privado, que haviam sido expulsos do Brasil”, afirmou. Ele lembrou que a retomada do interesse dos investidores pelo Brasil ocorreu devido à ampla agenda de modernização executada pelo governo, com avanços nos marcos regulatórios, reformas estruturais e controle das despesas públicas.
Apesar de 2022 mostrar-se desafiador para a economia – principalmente pela necessidade de ações de combate à inflação – o estoque de R$ 1,2 trilhão de investimentos contratados para os próximos anos assegura o ritmo de crescimento, advertiu o ministro. “É mais de R$ 1 trilhão em 10 anos, ou seja, cerca de R$ 100 bilhões por ano”, sinalizou. Segundo ele, tamanho fluxo de investimentos e a reativação dos níveis de consumo a ser promovida com os pagamentos do novo Auxílio Brasil são fatores decisivos que vão estimular o crescimento.
Fortalecimento
“Não vou fazer previsão de crescimento para o ano que vem. Só alerto que já erraram muito e estão errando ao dizer que estamos com recessão programada”, declarou o ministro. “Sim, será um ano difícil, mas cuidado com as previsões. Fiquem um pouco mais moderados, tranquilos nas previsões”, completou. Ele argumentou que previsões pessimistas do passado não se concretizaram, em relação a apostas de que o Brasil não se recuperaria dos impactos da pandemia da Covid-19.
A secretária especial do PPI, Martha Seillier, reforçou que está totalmente dedicada a ajudar no processo de fortalecimento da economia. “Não terminamos a nossa missão. Temos à frente 12 meses de muito trabalho. O Brasil tem pressa e vamos acelerar ainda mais a agenda de concessões de infraestrutura e privatizações”, pontuou, em referência aos leilões do PPI em 2022. Da carteira prevista para o ano que vem – com 153 ativos, assegurando R$ 389,3 bilhões em atração de investimentos –, destaques para ações nos segmentos de aeroportos, rodovias, portos, ferrovias, parques e florestas, privatizações de estatais (como Eletrobras e Correios) e saneamento básico, dentre outros. A carteira de desestatização de empresas públicas para o ano que vem conta com 13 ativos, incluindo a Eletrobras, Correios, Serpro e Dataprev.
O balanço do PPI revelou o perfil dos 60 leilões já realizados em 2021, que geraram expectativa de investimentos de R$ 334 bilhões e recolhimento de R$ 51 bilhões em outorgas e bônus. Durante este ano, alguns dos destaques foram os leilões de 22 aeroportos, e os leilões da Ferrovia de Integração Oeste Leste, da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), em abril; e da telefonia móvel de quinta geração – o 5G –, em novembro. E, de acordo com a secretária do PPI, os trabalhos não param. Nesta sexta-feira (17/12) será realizado o leilão de dois blocos de excedentes da cessão onerosa (petróleo e gás). Ainda para dezembro estão previstos leilões nas áreas de mineração e energia elétrica e de concessão de distribuição de água e esgotamento sanitário.
Além do ministro Paulo Guedes e da secretária especial Martha Seillier, também participaram da entrevista coletiva o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord de Faria; o secretário especial adjunto do PPI, Bruno Westin Leal; a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Fátima Dadald Pereira; o diretor de Concessões e Privatizações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fábio Abrahão; e a secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa de Souza.