Produtores rurais e autoridades ligadas ao agronegócio, em especial ao cultivo de grãos de milho e soja, participaram da reunião da Câmara Técnica do Agronegócio do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, para debater desafios e ações viáveis para o crescimento dessa cadeia no Estado.
O encontro, realizado no dia 18 de outubro, no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), retoma os debates já estabelecidos sobre a expansão das lavouras de milho e soja no estado, que enfrentam diversos desafios relacionados à ocorrência de pragas e doenças, licenciamento ambiental, tributação de máquinas e insumos agropecuários, mão de obra qualificada, entre outros.
O pesquisador da Embrapa, Judson Valentim, que coordena o Grupo de Trabalho de Grãos da Câmara Técnica do Agronegócio, diz que o desenvolvimento da cadeia produtiva de grãos trará significativos benefícios ao estado. “Irá impulsionar o Acre para um patamar de excelência no que diz respeito à produção rural de grãos. Esta área de impacto pode ter um rendimento muito maior, basta que todos estejam alinhados para colocar em ação os melhores planos”, ressaltou.
Durante o evento, a equipe da Embrapa realizou uma prospecção de demandas tecnológicas junto aos produtores rurais com o objetivo de alinhar as pesquisas com os principais desafios do setor.
“É importante que a Câmara Técnica, aliada aos produtores e autoridades do agronegócio acreano, identifique o que é realmente necessário para um investimento seguro. Acredito que, com a busca de técnicos e conhecimentos competentes, incluindo também a alternativa de políticas públicas ligadas a esta cadeia produtiva, será possível dar o salto qualitativo e quantitativo que almejamos”, afirmou Assuero Veronez, presidente da FAEAC e coordenador da Câmara do Agronegócio.
De acordo com Valentim, a área com sistemas de produção intensiva de soja e milho na integração lavoura pecuária vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos. Em 2021 a área com soja já alcançou 6.935 hectares, um crescimento de 113% em relação ao ano anterior, no caso do milho o crescimento foi de 4,1% e alcançou 28.130 hectares. “A área potencial para esses cultivos intensivos identificados pela Embrapa e pelo Zoneamento Ecológico Econômico do Acre tem cerca de 380 mil hectares, uma área muito maior do que é utilizada hoje.
Zoneamento de Risco Climático
Também foi apresentado o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ano-safra 2021/2022, para o cultivo da soja no Acre, estudo que tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Complementarmente, no zoneamento da soja, também é considerado o risco fitossanitário causado pela ferrugem asiática da soja, pois o Zarc leva em conta as recomendações de instituições de pesquisa e órgãos estaduais sobre medidas de manejo que incluem o período de vazio sanitário e o calendário de plantio.
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.
Aplicativo Plantio Certo
Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do Governo Federal.
O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android.
Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”.