Sindicato dos Médicos do Estado do Acre (Sindmed-AC), o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) e a Associação Médica do Acre (Amac) repudiam o ato politiqueiro adotado por parte dos deputados estaduais que aprovaram matéria que permite a atuação dos médicos formados no exterior sem a necessidade do exame Revalida.
Usar o sonho de pessoas como forma de obter voto pode ser um risco para toda a população que realmente precisa de profissionais habilitados. A aprovação do Projeto de Lei teve contornos negacionistas, rejeitando a luz do esclarecimento científico, e a necessidade de comprovação dos conhecimentos obtidos em Instituição de Ensino de outro país para atuar no Brasil.
O Estado possui dois cursos de Medicina, formando dezenas de alunos todos os anos, mas faltam mecanismos capazes de fixar profissionais que acabam saindo do Acre pela falta de concurso público e uma carreira de Estado. Hoje, além de existir uma estrutura sucateada, as condições de trabalho são precárias, com isso cai por terra o argumento da falta de profissionais para contratação.
A adoção de uma lei que permite a atuação de médicos sem o Revalida é um atentado grave à Constituição Federal e à democracia, demonstrando que os atuais deputados buscam apenas enfraquecer as instituições e eliminar totalmente o serviço público de saúde.
As entidades médicas reunidas não são contrárias à atuação dos profissionais formados no exterior, tendo dentro delas, inclusive, profissionais graduados em outros países. O que se exige, apenas, é o respeito aos critérios capazes de comprovar, por meio de prova do Revalida, a capacidade de atuação.
Por fim, o Sindmed-AC, o CRM-AC e a Amac pedem ao governador Gladson Cameli o veto ao projeto que causará danos maiores ou equivalentes à pandemia pelo coronavírus.
19 de maio de 2021, Rio Branco-AC
Sindicato dos Médicos do Estado do Acre (Sindmed-AC)
Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC)
Associação Médica do Acre (Amac)