Médicos de quatro municípios acreanos apresentaram seis relatos ao Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre falhas na infraestrutura necessária ao adequado acolhimento dos pacientes contaminados pelo novo coronavírus.
O Sudeste concentra o maior número de denúncias dos médicos durante o período analisado, com 1.091 (41,8%) no total. Na sequência aparecem os estados do Nordeste, com 29,9% das denúncias.
No País o contexto é o mesmo. Médicos que atuam em unidades de saúde que prestam assistência a casos confirmados e suspeitos de Covid-19 apresentaram 2.608 denúncias ao Conselho Federal de Medicina (CFM) com a indicação de quase 25 mil inconformidades na infraestrutura de trabalho oferecida por gestores (públicos e privados) de todo o País. Entre as principais ‘faltas’ identificadas nos serviços de saúde, estão a falta de máscaras N95 (ou equivalente), assim como de outros equipamentos de proteção individual (EPIs); a insuficiência ou completa ausência de kits de exames para covid-19; e falhas no processo de triagem.
Outro ponto preocupante para os médicos é a falta de material para higienização, como álcool gel, papel toalha e sabonete líquido. De acordo com o levantamento do CFM, a queixa recorrente – 32% dos casos – está relacionada à falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), considerados obrigatórios para o enfrentamento de epidemias. Apesar da recomendação das autoridades sanitárias, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 1.845 formulários denunciaram falta de máscara N95 ou equipamento equivalente. Também foi notificada falha na oferta de aventais (1.657 relatos), óculos ou protetor facial (1.359), máscara cirúrgica (1.207), gorro (790) e luvas (569).