O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estima que levará ao menos três meses para catalogar os bens arqueológicos apreendidos em Rio Branco durante a Operação Elona deflagrada pela Polícia Federal.
“Muitos objetos de antiguidade, artefatos, obras de arte, manuscritos e livros antigos ou raros possuem um valor histórico excepcional para a cultura brasileira. Com esta operação, estamos contribuindo com a missão do Iphan de promover e coordenar o processo de preservação do patrimônio cultural brasileiro e garantir o direito à memória”, explicou o superintendente do Iphan-Acre, Jorge Mardini Sobrinho.
Na manhã desta terça-feira (5), uma ação conjunta do Iphan no Acre e da Polícia Federal resultou na recuperação de um vasto material arqueológico do século XIX e XX. Os objetos estavam sendo comercializados de maneira ilegal, em sites e aplicativos da internet.
Além de fósseis, foram encontradas muitas peças de cerâmica, elementos do cotidiano das famílias que viviam na região e garrafas de vidro do século XIX, de diversos tipos e tamanhos, provenientes de países europeus. “A partir de agora, vamos fazer um estudo e catalogar todos os itens, mas são objetos que chegaram na época da Revolução Acreana, durante os Ciclos da Borracha, possuindo, portanto, mais de 100 anos”, completou o superintendente.
A Polícia Federal entregou todo o material ao Iphan que vai elaborar um relatório técnico com o intuito de colaborar com as investigações. O Instituto realizará o procedimento adequado para a conservação das relíquias que passarão por uma vistoria, triagem e serão catalogadas, higienizadas e organizadas. Pelo volume de objetos recuperados, a previsão para conclusão deste tipo de trabalho é de quatro a seis meses.
É importante que colecionadores e compradores de objetos antigos, consultem regularmente o Banco de Dados de Bens Culturais Procurados, evitando assim envolver-se em crime de receptação do patrimônio cultural brasileiro, roubado, furtado ou obtido por tráfico internacional ilícito de obras de artes.
Operação Elona
A ação partiu de uma denúncia anônima e o homem que se autointitula “caçador de relíquias”, foi preso nesta terça (5), em Rio Branco. De acordo com a PF, ele retirava os materiais do Rio Acre, mais precisamente na altura do estirão da Gameleira, e os vendia de maneira ilegal na web. O nome Operação Elona é uma referência a um mosteiro na Grécia, onde ladrões retiravam materiais arqueológicos e relíquias sagradas.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência do investigado, onde foi encontrado grande parte do material arqueológico sob investigação. Desta forma, foi realizada a prisão em flagrante do indivíduo na posse do material. De acordo com a Polícia Federal, as investigações continuarão em andamento para identificar outros envolvidos no esquema de comercialização ilegal de relíquias arqueológicas.