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Exército observa queda na transmissão da Covid-19 entre índios do Alto Juruá, no Acre

Das margens do rio Envira aos imponentes buritis que guardam os afluentes do rio Moa, o Governo Federal realizou 3,1 mil atendimentos nas terras indígenas do Alto Juruá, no Estado do Acre. Realizada entre os dias 02 e 11 de novembro, a operação dos Ministérios da Saúde e da Defesa de combate à Covid-19 teve a finalidade de reforçar a atuação das equipes multidisciplinares de saúde indígena, sobretudo em locais de difícil acesso.

Durante dez dias, a missão interministerial a mobilizou uma equipe de 30 profissionais de saúde das Forças Armadas que atuaram nas aldeias de Morada Nova, Formoso, Nova Floresta, São Vicente, Sete Estrelas, Boa Vista e Barão. Além de cu por todo suporte logístico, as Pastas enviaram mais de duas toneladas de insumos, entre medicamentos, testes rápidos e equipamentos de proteção individual.

Ao longo da missão, os indígenas que apresentavam dificuldade respiratória e os que apresentavam casos suspeitos do novo coronavírus eram encaminhados para avaliação médica e testagem. De acordo com o Major William Lyra Rocha, Bioquímico do Ministério da Defesa, a ação serviu para comprovar a queda na taxa transmissão da Covid-19.

“Diante da ausência de quadros clínicos da doença, apenas trinta pacientes foram testados ao longo de toda a missão. Nesses casos, a maioria dos resultados detectou IgG positivo. Isso significa que o paciente teve infecção há pelo menos três semanas e, muito provavelmente, pode estar imunizado”, disse.

Coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Juruá, Iglê Monte da Silva, corrobora com a percepção de um cenário de imunização. Supervisionando a atenção à saúde em 162 aldeias e priorizando atendimento humanitário que acolhe os indígenas em seu próprio ambiente, para a assistente social o pico da Covid-19 já passou.

“A contaminação pelo novo coronavírus caiu de maneira expressiva na região do Alto Juruá. Nossa preocupação agora é lidar com as sequelas que a doença deixou. É por isso que a ação interministerial foi de fundamental importância, uma vez que acolhe os indígenas dentro de suas tribos, ao lado de seus familiares”, ponderou.

Atendimento Domiciliar
Considerando o momento de fragilidade e recuperação dos indígenas, a missão procurou ampliar os esforços de assistência à saúde. Apesar dos atendimentos terem sido realizados nas próprias aldeias, muitas vezes, os pacientes que estão acamados necessitam de um suporte diferenciado. A oportunidade de prestar este apoio foi especial para a Primeiro-Tenente Letícia Moreira de Castro. A clínica médica do Exército disse que as visitas domiciliares tiveram um impacto importante na vida das famílias indígenas.

“Foi uma experiência muito gratificante. As visitas me permitiram olhar nos olhos do paciente e receber em troca o reflexo da esperança naqueles rostos. Muitas vezes não havia nem a necessidade de prescrição de um novo medicamento, mas o simples fato de conversar, ouvir a dificuldade do outro já são atitudes transformadoras. Para mim, é este o legado da missão”, destacou.

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